

A maioria de nossos leitores não possuem as limitações de Clênio e Nick, mas alguns já reclamaram diante de coisas insignificantes, como não ter dinheiro para ir ao show de um cantor predileto, ou porque não havia uma fatia maior de queijo no café da manhã. É próprio do ser humano reclamar das situações, o crítico é quando esta lamúria tem uma razão superficial e desnecessária. Quando não vemos a ação de Deus no que acontece conosco, até mesmo naquelas situações inusitadas, constrangedoras e, aparentemente, contraditórias, nos tornamos pessoas amargas, reclamando de tudo e de todos. Busquemos ver as bênçãos que Deus nos tem dado. Se não temos uma casa própria, enxerguemos aqueles que não tem sequer onde morar. Se não temos um corpo estrelar, ao menos não temos defeito nele. Se não somos ricos, já comemos três vezes ao dia. Se não comemos três vezes, tem gente que ainda não comeu nem uma!
Não se trata de gostar de sofrer, de se conformar e não correr atrás de objetivos, mas de ter um coração agradecido (Cl 3:15). Quantas vezes torcemos o nariz para a história de Israel, repudiando a atitude que o povo santo adotou tão logo chegou à Terra Prometida. Repudiamos igualmente alguém, que tendo recebido algum favor de nossa parte se torna ingrato. Mas, é exatamente assim que procedemos no dia-a-dia. Gosto sempre de dizer: esta não é uma mensagem para crentes assembleianos, presbiterianos, batistas, tradicionais ou pentecostais. É uma mensagem para os salvos, sem cor denominacional!
Com a introdução do G12 e da Teologia da Prosperidade, Deus foi resumido a um empregado, um Papai Noel. Precisamos entender que se algo não acontece estava no imenso plano de Deus ou seria o Altíssimo surpreendido em algo? Uma das coisas que mais me assombra na biografia de José, é que ao receber seus irmãos, e tendo contra eles uma imensa carga de coisas negativas, não se deixou levar por tais sentimentos, mas disse: Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito. Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos pese aos vossos olhos por me haverdes vendido para cá; porque para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós (Gn 45:5,6).
Se fosse um de nós talvez dissesse: Isso só pode ser o Diabo! É exatamente esta a tônica de IS Ts 5:18, quando Paulo diz: Em tudo daí graças. Dar graças pelo que é bom, e também pelo desgosto. Ouvi certa vez um pastor dizer que sempre lembramos triunfantes de Ef 4:13: Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece, mas esquecemos que o versículo anterior diz: Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade.
O Diabo vive esperando o dia em que assistirá de camarote ao salvo murmurando diante da luta, ou procurando uma alternativa para resolver sua prova. Era isto que ele almejava quando agiu sobre a vida de Jó. Ainda bem que o patriarca não duvidou da vontade de Deus, nem mesmo quando acossado pela terrível enfermidade que veio sobre seu corpo. É claro que nem todos os dias Clênio e Nick estão felizes, mas se sofremos com Cristo já somos vitoriosos, porque não estamos sós. Que você se junte a eles, tendo um coração agradecido, mesmo na adversidade. E se você é uma pessoa abençoada com uma vida na média, como a maioria de nós é, tem razões maiores ainda para agradecer.
Publicado originalmente em Reflexões Sobre Quase Tudo!
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