quinta-feira, 30 de novembro de 2023

Revista Muito Além dos Videogames Extra: Jogos de Videogame Bíblicos e Cristãos (Baixe grátis)

 

 Games e fé cristã – é possível conciliar?

“Jogos de videogame baseados nas histórias bíblicas, games com versículos e princípios cristãos, aventuras sem violência ou imoralidade.” Este era o sonho de muitos pais cristãos nos anos 80 e 90 ao verem seus filhos encantados com os jogos eletrônicos e gastando muitas horas com os videogames de sucesso como Mario, Sonic, Street Figther, Mortal Kombat, dentre outros. Sendo assim, era de se esperar que bons jogos neste estilo tivessem saído para os consoles da Sega e da Nintendo, não é?! Infelizmente não! Jogos bíblicos e religiosos existiram sim, mas foram poucos e, em sua grande maioria, bem fracos. Apesar disso, rendem algumas histórias interessantes e conteúdos, no mínimo, curiosos. Nestes quase cinquenta anos da história dos videogames, sua relação com a Bíblia não tem sido das melhores; além das polêmicas, debates e questionamentos teológicos e religiosos sobre o tema, jogos baseados nas histórias bíblicas ainda são raros.

É óbvio que existe uma barreira e uma grande dificuldade quando se trata da criação de jogos bíblicos e, apesar da realidade estar mudando aos poucos, especialmente no cenário de jogos indies (independentes), temos um longo caminho a percorrer.

Apesar do preconceito e de outras dificuldades, alguns jogos com temas bíblicos e cristãos foram lançados nas gerações passadas, mas apenas um de forma oficial pela Nintendo, e somente na Europa: "Noah's Ark" para o NES. Os demais vieram de forma não licenciada pela BIG N ou pela SEGA por meio de uma curiosa e ousada empresa chamada "Wisdom Tree" (Árvore da Sabedoria). Hoje seus jogos lançados para o NES, Game Boy, Mega Drive e Super Nes, devido a todos estes dados históricos e seus formatos e cores diferentes e inusitados são raros e cobiçados por colecionadores do mundo todo. Outros jogos de maior qualidade saíram ao longo dos anos, especialmente para PC, mas ficaram restritos aos Estados Unidos e ao público religioso, sendo, praticamente, desconhecidos por aqui. Mas com a internet, podemos redescobri-los hoje e, ao lado de alguns poucos que saíram para consoles, jogar algo com conteúdo bíblico ou cristão.

Atualmente vemos algumas iniciativas visando a produção de novos jogos bíblicos com mais qualidade, especialmente no cenário indie, mas o preconceito impede os games de alcançarem bom sucesso comercial. De qualquer forma, a Bíblia está repleta de histórias incríveis e maravilhosas que renderiam excelentes jogos, tanto no estilo retrô quanto no moderno e nossa esperança é que isso aconteça mais e mais.

Nesta revista gratuita, resenhamos diversos jogos cristãos antigos e atuais, das mais diversas plataformas. Uma obra única, fruto do projeto Muito Além dos Videogames.

Boa leitura e que Deus abençoe a todos!

Luiz Miguel Gianeli


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Caso você deseje adquirir a revista impressa, ela pode ser comprada no site da Editora UICLAP, AQUI.

Assista ao vídeo de apresentação desta edição, bem como conheça as demais revistas, livros e projetos da iniciativa Muito Além dos Videogameshttps://www.youtube.com/watch?v=_g7hnGRJaQ4&t=10s



sexta-feira, 10 de novembro de 2023

E-book gratuito: 150 Frases de Soren Kierkegaard - Um pouco do melhor do Filósofo da Existência

 

Complexo, arguto, irônico, poético, multiplamente genial: Assim foi o dinamarquês, nascido em Copenhague, Søren Aabye Kierkegaard (1813 – 1855).

Ao compreender o peso que se estabelece sobre cada ser humano – a liberdade que exige uma tomada de posição, e ao postular que o mundo interior, subjetivo, era muito mais importante que o exterior, Kierkegaard antecipou temas da psicologia e da filosofia que, doravante, nortearam boa parte dessas disciplinas.

Viveu uma vida reclusa e conturbada, na qual sua profunda percepção da situação angustiante e mais do que isso, absurda do homem – enquanto criatura afastada de seu Criador – lhe infligiram duros pesares.

Seu entendimento profundo do cristianismo o levou a ser um crítico da igreja de seu tempo, pois Kierkegaard, mais do que talvez qualquer homem em séculos antes e depois dele, sabia que a verdadeira vivência da fé cristã era um salto – oneroso ao máximo – dentro do absurdo, salto paradoxal (pois a fé é a superação da racionalidade) que significava a única oportunidade de transcender tal absurdo rumo ao absoluto, e o ápice a que o homem poderia almejar, dentro dos três estágios existenciais propostos pelo pensador: o estético, o ético e o religioso.

Sua vasta obra, desenvolvida através de pseudônimos que dialogam entre si, tem influenciado pensadores e artistas das mais variadas correntes, desde seu advento. Não sem razão ele é considerado o pai do Existencialismo.

Aqui, um pouco do melhor de Kierkegaard.

Para baixar gratuitamente o e-book em formato PDF pelo Google Drive, clique AQUI.


Este e-book possui uma versão ampliada (250 citações) na Amazon, gratuita para assinantes Kindle. Confira AQUI.


terça-feira, 24 de outubro de 2023

AS MANGUEIRAS E O REINO DE DEUS (ilustração)


AS MANGUEIRAS E O REINO DE DEUS

 

Um dia os portugueses chegaram a certa comunidade no Brasil com uma semente de manga, uma fruta exótica, pois oriunda do sul da Ásia. Ao longo do tempo, as pessoas da comunidade passaram a plantar novas mangueiras. Um dia o líder da vila disse: já temos mangueiras demais. Vamos usufruir as mangas; quanto às sementes, joguemo-las fora.

Toda a comunidade viveu em paz e abastança com suas mangas – sim, é sabido que uma mangueira pode durar até mais de cem anos. Mas o tempo a tudo alcança, a tudo ultrapassa: Seis gerações depois, as poucas mangueiras que restaram não davam mais fruto. A comunidade, apesar de seus outros progressos, viu chegar uma nova crise global, e a fome chegou a seu pequeno rincão. E já não havia mangas.

Assim é a disseminação do Evangelho. Um grupo, uma comunidade, uma igreja, uma denominação, podem dar-se em algum momento por satisfeitas com suas conquistas, e abandonarem primeiro a obra missionária (quando a igreja evangeliza onde não está) e em pouco tempo depois a obra evangelística (quando a igreja evangeliza onde ela está). A cultura cristã daquele grupo pode durar por anos – mas decairá fatalmente, de abismo em abismo até aquela geração que será alcançada pela fome, pois não haverá Deus sequer para ela própria.

Nunca deixe de semear, de avançar, de crescer. Capacite seus membros, seus colaboradores. Envie-os, comissione-os, emancipe-os.

 

Sammis Reachers

Via http://veredasmissionarias.blogspot.com/


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

As Mais Belas Citações Sobre a Gratidão - E-book gratuito


Preservar o sentimento de gratidão é fundamental. Pesquisas demonstram que o sentimento de gratidão é benéfico para a saúde não apenas psicológica e espiritual, mas também para a física.

A conquista de uma vida virtuosa passa pelo gargalo da gratidão, o tema deste livro. A dificuldade de expressar gratidão pode ser profundamente limitadora, cerrando a janela para outros sentimentos saudáveis, numa espécie de reação em cadeia ou círculo vicioso.

O sentimento de gratidão é um caminho seguro para a paz e a felicidade, a saúde e a realização pessoal. Mas ela precisa apoiar-se em outras virtudes para que juntas elas rendam um proveito maior e duradouro.

Neste breve livro, reunimos 250 citações selecionadas dos mais diversos tempos e autores, sobre esse tema enriquecedor e poderoso para renovar e ressignificar nossas vidas. E, ao fim do livro, oferecemos dicas preciosas para ajudar você a “quebrar a cadeia” da ingratidão.


Para baixar o seu exemplar gratuito (em formato PDF) através do Google Drive, CLIQUE AQUI.


O e-book também está disponível na Amazon, de leitura gratuita para os assinantes do Kindle Unlimited.

domingo, 20 de agosto de 2023

A especulação escatológica e as Inteligências Artificiais

 


Escatologia é um terreno pantanoso, que pode fazer submergir soldados promissores em seu areal movediço. Ela, reles remador, é como a nau em que navega, a Teologia, que transforma predestinados soldados de campo (afinal não há oficiais no Exército do Rei) em generais de dez estrelas que ficam atrás da mesa lendo as mil voltas do parafuso. Sim, temos professores e mestres, há chamado para todos; mas considero [eu, Sammis] algo desprezíveis [não de per si, mas pelo resultado em algumas almas] quaisquer temas que, atraindo seus vaga-lumes com sua luz refletida, derivada, afastem alguém de dedicar-se à proclamação, luz verdadeira, fonte e missão unidirecional de todo cristão. No entanto, vamos lá, vamos de escatologia.

Muda-se o cenário, renovam-se as análises. O cenário atual permite uma gama de especulações e, dentre elas, a principal ou Linear (I)A: as IAs (Inteligências Artificiais) criarão desemprego estrutural (é aquele em que uma máquina/tecnologia substitui trabalho humano) em massa, beneficiando uma hiper elite – pois muitas "elites" serão também colapsadas – e aqui está mesmo a maior novidade do cenário. No caos reinante, uma super IA surgirá, consertando as coisas. Suas propostas, ações e resultados serão nada menos que milagrosas, divinas. Seu criador, benemérito, será ninguém menos que ele, o homem de 2 Tessalonicenses 2:3-4.
Agora deixe eu encontrar algo de útil para fazer. Bora juntos?

Sammis Reachers

sábado, 1 de julho de 2023

A Ordem Luterana da Cruz Combatente: Romance de ação e aventura movimenta a ficção cristã

 


Amados irmãos e leitores, é com prazer que anunciamos o lançamento do romance A Ordem Luterana da Cruz Combatente, de Sammis Reachers.

O livro já está disponível como e-book, na Amazon (confira AQUI) e como livro impresso, na Uiclap (confira AQUI).




A tomada de Jerusalém e dos tesouros do Templo por Nabucodonosor, em 597 a.C., liberou inadvertidamente sobre a Terra um poder sobrenatural, um poder capaz de mobilizar – de uma forma jamais vista – a homens, anjos e demônios, e decidir os destinos do mundo.

Muitos séculos depois, para impedir que os objetos responsáveis por tal poder caíssem em mãos erradas – e também para arrancá-los de tais mãos – um relutante monge alemão, Martinho Lutero, se viu obrigado a fundar uma organização secreta. Uma Ordem Combatente, cuja guerra de vida e morte, travada nos quatro cantos da Terra, se estende até os dias atuais.

*   *   *

Poeta e contista premiado, com mais de dez livros publicados, neste seu romance de estreia Sammis Reachers convida os leitores a embarcarem numa trama envolvente e frenética, onde a fantasia histórica, o thriller de ação e espionagem e os questionamentos sobre a fé cristã e a ética da violência se unem numa narrativa surpreendente e arrebatadora.




quinta-feira, 18 de maio de 2023

Retinose Pigmentar Espiritual: A doença que afeta milhões de crentes


RETINOSE ESPIRITUAL

Retinose Pigmentar é uma doença ocular que faz com que a visão fique tão prejudicada que o campo visual da pessoa fica limitado a um túnel estreito, à frente do observador. A visão lateral fica prejudicada, assim como o campo periférico; à noite fica mais difícil discernir os objetos. É uma doença genética, ainda incurável, que tende a aumentar com o passar dos anos, podendo eventualmente levar à completa cegueira.

Muitos cristãos, em relação a missões, sofrem de retinose pigmentar. Só enxergam uma pequena faixa à sua frente – sua igreja local, sua vida, seu dia a dia – e nada podem ver dos muitos povos que perecem sem Cristo, seja em países distantes, seja na cidade – quiçá o bairro! – ao lado. Assim como a retinose pigmentar, com o tempo – a acomodação – ela tende a aumentar, e há mesmo quem trabalhe por isso, como um pássaro construindo um ninho num cume isolado, uma zona de conforto. O que muitos desses crentes não se dão conta é de que essa retinose logo os levará a deixar de enxergar o próprio Cristo, deixando-os satisfeitos com uma simples sombra, um vulto ou caricatura do Cristo real.

Cerrar os olhos para o clamor dos povos é a mesma coisa que cerrar os olhos para o clamor de Cristo. Negar a um é negar ao outro.

Mas, ao contrário da retinose genética, esta, espiritual, possui cura. 

Assuma sua posição na Grande Comissão.

 Sammis Reachers

sábado, 8 de abril de 2023

A ESPERANÇA DA RESSURREIÇÃO À LUZ DA ESCATOLOGIA DE PAULO - Arides Leite Santos



 Arides Leite Santos


Paulo escreveu aos crentes da igreja de Corinto para lembrar o autêntico Evangelho que lhes havia pregado, deixando claro que não fora outro senão este: segundo as Escrituras, Cristo morreu pelos nossos pecados, foi sepultado e ressuscitou no terceiro dia. Depois de ressuscitado, apareceu a Pedro e depois aos doze apóstolos. Depois, foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma vez, depois, foi visto por Tiago, e depois, por todos os apóstolos. Por último, depois de todos, foi visto também por ele (1Co 15. 3-8).
Entre aqueles homens e mulheres que haviam crido no Evangelho através da pregação de Paulo, alguns parecem ter voltado atrás, afirmando que não há ressurreição de mortos (1Co 15.12). Ao saber disso, Paulo intentou restabelecer a fé que lhes havia inculcado, reafirmando “que de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as primícias dos que dormem” (1Co 15. 20).
Conforme Kent S. Knutson (2003, p. 65/66), os eventos ocorridos depois da morte de Jesus foram algo proveniente de Deus de tal maneira que a nossa história é afetada. Porém, essa compreensão pertence ao campo da fé, e como tal é inassimilável por aqueles que se orientam na vida a partir de outra perspectiva.
A pregação de Paulo a respeito da ressurreição, se corretamente apreendida, interpretada e ministrada, tem potencial para restabelecer a genuína fé e fortalecer a nossa paciência, enquanto aguardamos “a redenção do nosso corpo” (Rm 8. 23). Desde quando a ressurreição de Jesus aconteceu na história uma vez para sempre, inaugurou-se um tempo carregado de esperança escatológica. As Escrituras enunciam a promessa de que a vida do crente não será destruída pela morte. A certeza da vitória para os que “morrem em Cristo” é deduzida do fato acontecido de que o poder da morte já foi vencido pelo poder que ressuscitou a Jesus.
Segundo Moltmann (2005, p. 354/355), “o centro dos escritos neotestamentários é o futuro do Cristo ressuscitado que eles anunciam, prenunciam e prometem”. Para ele, a compreensão existencial, mundana, da mensagem contida naqueles escritos requer um “olhar na mesma direção em que eles olham”. As Escrituras “são testemunhos históricos abertos ao futuro, assim como são abertas ao futuro todas as promessas”.
A revelação de Deus no evento da promessa, uma vez compreendida pela missão da esperança, é capaz de transformar a realidade humana [que é fortemente permeada pela injustiça e pela falsidade] em um processo histórico de luta pela verdade e pela justiça. “O evento fundamental para o Evangelho” é “a ressurreição do Cristo crucificado e morto para a vida escatológica”, ou seja, “o acontecimento fundamental” é “a ressurreição dentre os mortos, que antecipa o escopo da história, a vinda da salvação futura, a vida, a liberdade e a justiça na ressurreição de Cristo” (MOLTMANN, 2005, p. 375/6).
Conforme as expressivas palavras de Oscar Cullman (2000, p. 189), Jesus passou pela morte em todo o seu horror, não somente no corpo, mas também na alma (“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?!”). Para o cristianismo, que vê nele o redentor, ele deve ser “aquele que triunfa sobre a morte com a sua própria morte. Ali onde a morte é concebida como o inimigo de Deus, não pode haver ‘imortalidade’ sem uma obra ôntica de Cristo, sem uma história da salvação onde a vitória sobre a morte é o centro e o fim”.

1. O poder de ressurreição que venceu o poder da morte
“Onde está, morte, a tua vitória? Onde está, morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo” (1Co 15. 55-57). Paulo dirige-se aos crentes de Corinto para fazê-los entender que Cristo haverá de destruir todo principado, toda autoridade e todo poder; e que ele reinará até que haja posto todos os inimigos sob seus pés. De todos, o último a ser destruído é a morte (1Co 15. 24-26).
Conforme Schweitzer (2003, p. 88/9), Paulo concebe o Reino não como uma pacífica bem-aventurança, mas como uma luta com poderes angélicos. Estes, um após outro, serão vencidos por Cristo e seu povo, até que finalmente a morte também seja despojada de seu poder (1Co 15.23-28). Em consonância com a doutrina da redenção, o apóstolo espera que toda a natureza passe pela transformação da mortalidade para a imortalidade (Rm 8.19-22). A ressurreição geral e o julgamento imediatamente seguinte sobre todos os homens e sobre os anjos derrotados não são mencionados na série de eventos enumerados por Paulo em 1Co 15.23-28. Para Paulo, ambos estão inseridos no conceito geral sobre “o fim” (1Co 15.24), sendo supostos como bem conhecidos. O apóstolo alude de passagem aos eventos do fim, no decorrer da sua refutação ao conceito surgido em Corinto de que não existe ressurreição dos mortos. Na escatologia paulina, os poderes angélicos que devem ser julgados são vencidos gradualmente durante o Reino Messiânico, mas o ‘julgamento’, que segundo 1Co 6.3 é distribuído aos crentes que têm entrado na glória messiânica, “certamente ocorre naquele Último Julgamento”, no final do Reino.
Oscar Cullmann (2000, p. 191/2) assinala que a fé cristã na ressureição pressupõe o nexo que o judaísmo estabelece entre a morte e o pecado. A morte não é simplesmente algo natural querido por Deus, como concebia o pensamento grego, mas é algo anormal e contrário à natureza, oposto à intenção divina. A morte é uma maldição que afeta a criação inteira e só será vencida pela expiação do pecado, já que ela é o “salário do pecado”. Morte e enfermidade existem como consequência do estado de pecado em que se encontra toda a humanidade. “Toda cura é uma ressurreição parcial, uma vitória parcial da vida sobre a morte”.
A concepção judaica e cristã acerca da criação exclui totalmente o dualismo grego entre corpo e alma. “As coisas visíveis, corporais, são criações divinas no mesmo grau que as invisíveis. Deus é o criador do meu corpo. Este não é uma prisão para a alma, mas um templo; segundo as palavras de Paulo (1 Co 6.19), é templo do Espírito Santo”. O significado dos conceitos de corpo, alma, carne e espírito, na antropologia neotestamentária é um; na antropologia grega, é outro. Os autores do Novo Testamento servem-se dos mesmos termos que os filósofos gregos. Os conceitos que esses termos carregam, entretanto, recebem uma significação totalmente distinta para os autores cristãos, e compreendemos equivocadamente o Novo Testamento quando o interpretamos segundo o sentido grego. Muito dos mal-entendidos provém daqui (CULLMANN, 2000, p. 192/3).
Cullmann recorre à distinção entre os significados daqueles conceitos sobretudo para evidenciar o papel da carne (σάρξ) e do espírito (πνεμα) na antropologia cristã, que, “diferente da grega, está fundamentada na história da salvação”. Ele explica que uma das significações mais característica de Paulo é a de “carne” e “espírito”: “são dois poderes transcendentes ativos que, a partir de fora, podem entrar no homem, porém pertencem tanto um como outro ao homem em si”. Para Cullmann (2000, p. 194/5), a carne é o poder do pecado que entrou no homem inteiro (corpo e alma) com o pecado de Adão. Está ligada substancialmente ao corpo de uma maneira mais estreita que ao homem interior. E assim é porque, antes da queda, a carne tomou posse do corpo. O Espírito é o antagonista da carne, não como uma doação antropológica. É um poder dado ao homem que lhe vem de fora. É o poder criador de Deus, a grande força vital, o elemento de ressurreição, assim como a carne é, pelo contrário, o poder da morte. Na antiga aliança, o Espírito só se manifesta fugazmente nos profetas. Depois de Cristo, e por Sua morte, a própria morte sofreu um terrível golpe, e por Sua ressurreição este poder de vida atua em todos os membros da Igreja de Cristo.
Segundo Atos 2.16, “nos últimos dias” o Espírito será derramado em todos os homens. Esta profecia de Joel se realiza no Pentecostes. Corpo e alma serão libertados do poder mortal da carne pelo poder da vida do Espírito. A transformação do corpo carnal em corpo de ressurreição acontecerá no momento em que toda a criação for criada de novo pelo Espírito Santo, e então a morte já não existirá. “A substância do corpo já não será carne, mas Espírito”. “[...] a ressurreição do corpo, em um novo ato criador que transforma o universo, não pode sobrevir no momento da morte individual de cada um, mas no fim dos tempos”. Há de ser assim porque a ressurreição do corpo “está ligada ao drama da salvação”, que se desenvolve no tempo, por causa do pecado. “Desde que o pecado é considerado como a origem do domínio da morte sobre a criação divina, a morte e o pecado devem ser vencidos” (CULLMANN, 2000, p. 195/197).
Cullmann diz que Jesus se rendeu ao domínio da morte, expiou o pecado e assim venceu a morte. Acerca da fé na vitória de Jesus sobre a morte, ele narra:
A fé cristã anuncia que Jesus fez isto e que ressuscitou em corpo e alma antes de haver estado real e completamente morto. Anuncia que a partir de então atua o poder da ressurreição, o Espírito Santo. O caminho está livre! O pecado está vencido, a ressurreição e a vida triunfam sobre a morte porque a morte não era mais do que a consequência do pecado. Deus realizou antecipadamente o milagre da nova criação que esperamos para o fim. De novo, criou a vida, como no princípio. O milagre aconteceu em Jesus Cristo. Ressurreição não somente no sentido de um novo nascimento do homem interior cheio do Espírito Santo, mas ressurreição do corpo. Criação da nova matéria, de uma matéria incorruptível. Em nenhuma parte deste mundo há uma matéria de ressurreição nem corpo espiritual: somente em Jesus Cristo. (CULLMANN, 2000, p. 197).
Louvando-se em Romanos 6.3 e ss.; João 3.3 e ss., Cullmann (2000, p. 206/7) assevera que o cristão privado do corpo pela morte, antes já havia sido transformado, durante sua vida, pelo Espírito Santo, e tomado pela ressurreição, se é que tenha sido realmente regenerado por Ele, em vida. O Espírito Santo é um dom que se preserva ao morrer. O cristão falecido o mantém, ainda que durma e espere a ressurreição do corpo, único fato que lhe conferirá vida plena e verdadeira. No estado intermediário, para aqueles que “morreram em Cristo”, a morte perdeu tudo o que tinha de terrível, pois sem a presença da carne o Espírito Santo lhes aproxima mais de Cristo, de sorte que os mortos “que morrem no Senhor a partir de agora” podem ser realmente chamados bem-aventurados (Ap 14.13). Por isso o apóstolo escreve aos romanos: “vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14.8) e “quer estejamos acordados, quer dormindo, vivamos para ele” (1 Ts 5.10). Cristo é “Senhor de mortos e vivos” (Rm 14.9).
Cullmann (2000, p. 207/8) observa uma certa proximidade entre o Novo Testamento e a doutrina grega da imortalidade da alma, no sentido de que o homem interior, transformado, vivificado pelo Espírito Santo antecipadamente (Rm 6.3 s.), continua vivendo assim transformado, ao lado de Cristo em estado de sono. “Todavia, a diferença é radical: o estado dos mortos é imperfeito, de nudez, de sono, na espera da ressurreição de toda a criação, da ressurreição do corpo. Por outro lado, a morte subsiste como inimigo já vencido, embora ainda não destruído. Se os mortos, incluindo os que se encontram neste estado, vivem já perto de Cristo, isso não corresponde de maneira nenhuma a sua essência, à natureza da alma, mas sim à consequência da intervenção divina atuando de fora pela morte e ressurreição de Cristo, pelo Espírito Santo que já havia ressuscitado o homem interior por Seu poder milagroso durante sua vida terrestre, antes da morte. A ressurreição dos mortos é sempre objeto de espera, uma espera com a certeza da vitória, pois o Espírito Santo já habita no homem interior; posto que já habita em nós, transformará também um dia nosso corpo. Pois o Espírito Santo, força da vida, penetra tudo de maneira absoluta, não conhece nenhum limite, não se detém.
Ainda que já se encontre vencida, privada de sua onipotência (2 Tm 1.10), a morte não será aniquilada senão no fim dos tempos como o “último inimigo” (1Co 15.26; Ap 20.13). Então, somente o Espírito Santo transformará os corpos carnais em corpos espirituais (1Co 15.44). Esta será a nova criação, onde uma matéria de vida substituirá a matéria da morte. No presente, o Espírito renova a cada dia somente nosso homem interior (2 Co 4.16; Ef 3.16). O fato de que o Espírito Santo habite em nós, desde agora, é a garantia de que, no porvir escatológico, Ele vivificará nossos corpos mortais (Rm 8.11). (CULLMAN, 2000, p. 106).

2. O morrer e ressuscitar com Cristo
Segundo Cullmann (2020, p. 284/5), o batismo confere o Espírito como uma “ressurreição com Cristo”, porém, “antes do fim dos tempos nossa ressurreição é somente parcial: a transformação de nosso corpo carnal em um corpo espiritual permanece reservada ao futuro”. O Espírito Santo manifesta-se no presente como um “poder de ressurreição”. O fato de termos como fundamento a ressurreição de Cristo e de crermos neste ato salvífico nos habilita a entrar atualmente nos domínios do Espírito Santo e nos faz sabedores de que nos é permitido esperar pela ressurreição do corpo a ser operada pelo próprio Espírito que já habita em nós. “Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do Espírito que em vós habita”, Romanos 8.11.
Oscar Culmman afirma categoricamente que “o batismo tem por efeito participar a cada um individualmente o Espírito Santo que havia sido derramado sobre toda a Igreja no dia de Pentecostes”. Ele ousa explicar como se dá essa participação: “Ao entrar na Igreja, o homem se coloca sob o efeito imediato do σωʺμα Πνευματιχόν [corpo espiritual]: “Em um só espírito fomos batizados para formar um só corpo” (1Co 12.13). Que corpo é esse? O teólogo alemão responde: “este corpo é o corpo glorificado de Cristo e assim o batismo faz com que, segundo o livro de Atos, onde os relatos do batismo não deixam de pôr em relevo essa participação, isso aconteça em certa medida imediatamente sobre nosso corpo”.  A ressurreição de Cristo tem consequências para o nosso corpo desde agora, na medida em que é tomado pela ação vivificadora do Espírito Santo, mas a sua transformação em corpo espiritual não se dará até que chegue o momento de todas as coisas serem criadas de novo (CULLMAN, 2000, p. 112 e 115).
Culmman (2020, p. 287) se diz convencido, à luz do Novo Testamento, de que os que “morrem em Cristo” estão junto dele imediatamente após a morte. Ele sustenta - forte na palavra de Jesus em Lucas 23.43 “hoje tu estarás comigo no paraíso” e na palavra de Paulo em Filipenses 1.23 “meu desejo é de partir para estar com Cristo” - que as expressões “estar com Cristo” e estar “no seio de Abraão” não têm o sentido de “receber o corpo espiritual”. Diz ele: “Pode-se conceber que estes mortos são mantidos com Cristo antes mesmo que seus corpos ressuscitem, antes mesmo que eles se revistam de um corpo espiritual”. No seu entender, esse parece ser o sentido da controvertida passagem de 2 Co 5.1-10. O estado de “nudez” criado pela morte, a inimiga de Deus, permanece um estado de imperfeição, mas Paulo sugere o horror que lhe inspira este estado pela certeza de que “nós já temos recebido as garantias do Espírito”.
É na referida passagem que o apóstolo, pensando no estágio intermediário dos cristãos mortos ou que deverão morrer antes do dia do julgamento, designa novamente o Espírito Santo como as “garantias” do fim do mundo (2 Co 5. 5). E não se trata aqui senão das garantias da ressurreição dos corpos no dia do julgamento, como indica a passagem já citada de Rm 8.11. O Espírito Santo é um dom inalienável e não se pode crer que para os crentes que estão mortos e para os que morrerão antes do fim dos tempos provisoriamente nada seja mudado, como se Cristo não tivesse ainda ressuscitado e o Espírito Santo não tivesse ainda operado entre os homens. A união com Cristo, estabelecida pelo Espírito Santo e já eficaz mesmo enquanto ainda estamos revestidos com nosso corpo de carne, essa união tornar-se-á mais íntima ainda – sem, todavia, tornar-se perfeita – quando nós estivermos despojados deste corpo de carne (CULMMAN, 2020, p. 287/8).
Em Apocalipse 6.9 e ss., as almas dos “que foram imolados por causa da Palavra de Deus” já se encontram “sob o altar”, ou seja, particularmente próximos a Deus. O que o Apocalipse diz acerca dos mártires vale, segundo o apóstolo Paulo, para todos os que estão “mortos em Cristo”. A contradição aparente entre as passagens que tratam da ressurreição dos corpos no fim dos tempos e as que mostram todos os cristãos “com Cristo” imediatamente após sua morte é resolvida desde que se reconheça que “estar com Cristo” não significa ainda a ressureição dos corpos, mas uma união com Cristo tornada mais estreita pelo poder de ressurreição do Espírito Santo. Os mortos vivem [aleluia!] também em um estado onde a tensão entre o presente e o futuro subsiste ainda. Estes também gritam: “Até quando?” (Ap 6.10). E sua esperança [dos mortos que vivem!] é na mesma proporção mais intensa pelo fato de já terem deixado seus corpos carnais (CULMMAN, 2020, p. 288/9).
Todos eles pertencem, assim como os vivos, no período presente, àqueles limites demarcados pela Ressurreição e pela Parusia - daí porque nem os mortos nem os vivos têm alguma vantagem (1 Ts 4.13 e ss.). À fé que os autores do Novo Testamento depositam na ressurreição, basta uma única certeza quanto a este estado intermediário dos mortos, qual seja: aquele que crê em Cristo, que é a ressurreição, “viverá, ainda que esteja morto” (Jo 11.25). A esperança da ressurreição está fundada sobre a fé, que, por sua vez, está fundada em um fato do passado, o fato central da linha da salvação e objeto do testemunho dos apóstolos: a ressurreição de Cristo. Também sobre um fato do presente: o poder de ressurreição do Espírito Santo já operante em todos os que creem no ressuscitado, poder que permanece inalienável até o fim dos tempos. Pois “aquele que ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mortos dará também a vida aos nossos corpos mortais pelo seu Espírito”, Romanos 8.11 (CULMMAN, 2020, p. 289/290).

3. O modo de existência do ressuscitado com Cristo
Paulo afirma na carta aos romanos que, por meio do batismo, o cristão é sepultado junto com Jesus na morte para começar uma nova vida: “Portanto pelo batismo nós fomos sepultados com ele na morte para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai assim também nós vivamos vida nova” (Romanos 6.4).
Conforme Schweitzer (2003, p. 119), a concepção de Paulo é que os crentes participam misteriosamente da morte e da ressurreição de Cristo, sendo arrastados para longe de seu modo ordinário de existência, e assim formam uma categoria especial de humanidade. Quando o Reino Messiânico despontar, aqueles que ainda estiverem vivos não são homens naturais como os outros. Diferentemente, são homens que de algum modo tem passado pela morte e ressurreição juntamente com Cristo, tornando-se participantes do modo de existência da ressurreição, ao passo que os outros homens passam sob o domínio da morte. Além disso, aqueles que “morreram com Cristo” não estão mortos como os outros estão, mas, por sua “morte e ressurreição com Cristo”, tornaram-se capazes de ressuscitar antes dos outros.
Para Schweitzer (2003, p. 121), a ressurreição de Jesus tornou manifesto que os poderes da ressurreição ou poderes do mundo sobrenatural já estavam operando dentro do mundo criado. Assim, aqueles que tinham discernimento não consideravam que a duração do mundo natural iria terminar com a vinda de Jesus em glória, mas concebiam o tempo interveniente entre a sua Ressurreição e o começo do Reino Messiânico como um tempo em que o mundo natural e o sobrenatural estão misturados. Com a Ressurreição de Jesus, o mundo sobrenatural já começou, embora ainda não tenha se tornado manifesto. No entender do nosso ilustre autor, que era médico e filantropo alemão, Paulo está preocupado em resolver o primeiro e mais imediato problema da fé cristã: a separação temporal entre a Ressurreição e o Retorno de Jesus Cristo. Pois, apropriadamente, a Ressurreição de Jesus, sua manifestação como o Messias e o começo do Reino Messiânico no qual está incluída a ressurreição e transformação dos eleitos, pertencem temporal e causalmente ao mesmo tempo (SCHWEITZER, 2003, p. 133).
Interpretando o conceito paulino de “corpo de Cristo”, Schweitzer (2003, p. 138/9) diz que os eleitos participam uns com os outros e com Cristo de uma corporeidade especial suscetível à ação dos poderes da morte e da ressurreição. Em virtude de estarem revestidos dessa natureza corporal, os eleitos tornam-se capazes de adquirir o estado de existência da ressurreição antes da ressurreição geral dos mortos. A inclusão nesta corporeidade favorecida não é realizada no momento do crer, pela fé como tal, mas pelo batismo, isto é, pelo ato cerimonial que possibilita o crente a entrar na “Comunidade de Deus” e entrar em comunhão, não apenas com Cristo, mas também com o restante dos eleitos. “Sem o batismo não há estar-em-Cristo!”.
Já para Jürgen Moltmann, o batismo concede ao crente participação na crucificação e morte de Jesus. Da ressurreição ele participa tão somente através da esperança. Na força do Espírito que ressuscitou a Cristo dos mortos o cristão pode tomar sobre si, em obediência, os sofrimentos ligados ao seu seguimento e assim esperar a glória futura. Da participação na ressurreição não se fala no tempo perfeito, mas no tempo futuro. Cristo ressuscitou e foi arrancado à morte, mas os seus ainda não estão arrancados da morte; tão-somente através da esperança eles têm participação na vida da ressurreição (MOLTMANN, 2005, p. 207).
Desse modo, o crente pode sentir a presença da ressurreição como esperança e promessa escatológica do futuro e não como uma presença cultual do eterno. No culto e no Espírito não lhe é dada uma participação plena no senhorio de Cristo, mas pela esperança é introduzido nas tensões e oposições da obediência e do sofrimento no mundo. Daí porque em Romanos 12.1ss. a vida diária é apresentada como a esfera do verdadeiro culto de Deus. “Ora, na medida em que o chamamento e a promessa indicam ao crente o caminho para a obediência corporal e terrena, o corpo e o mundo são colocados dentro do horizonte da expectativa da vinda do domínio de Cristo”. A Ressurreição de Jesus traz à existência um processo histórico escatológico com o propósito de realizar o aniquilamento da morte pelo domínio da vida e orientado para a justiça. Será um tempo em que Deus terá seus direitos reconhecidos em tudo e a criatura chegará a sua salvação. [...] A expectativa escatológica do domínio universal de Cristo sobre o mundo corporal e terreno traz consigo a percepção e a aceitação das contradições da cruz e da ressurreição. [...] A verdade universal pela qual a criatura chega a uma correspondência salvífica com Deus; a justiça universal pela qual Deus receberá seus direitos em tudo e em que tudo se tornará justo; a glória de Deus [...] tudo isso é colocado por Paulo dentro do horizonte da esperança no futuro, o qual a fé entrevê na ressurreição do crucificado (MOLTEMANN 2005, p. 207-211).

4. Como a Ressurreição de Jesus pode ser compreensível a nós hoje?
Segundo Moltmann (2003, p. 236), a “realidade da ressurreição” vem ao nosso encontro “como palavra de Deus, como querigma frente ao qual não podemos mais colocar a questão da legitimação histórica, mas o qual nos pergunta se queremos crer ou não”. Podemos compreendê-la “somente através do encontro direto e imediato na pregação presente, hoje sob o olhar do Senhor na obediência de hoje frente ao seu apelo absoluto, em que se abre a salvação para a atualidade”. Tal pregação “deve subjugar ‘nosso coração e nossa consciência’. Ela deve falar de sua ressureição de tal modo que esta não apareça como evento histórico ou mítico, mas como “uma realidade que toca nossa própria existência”.
A esperança cristã orienta-se para o Cristo já vindo, mas dele espera algo novo, ainda por acontecer. Espera o cumprimento e a realização: (i) da justiça de Deus prometida em todas as coisas, (ii) da ressurreição dos mortos prometida em sua própria ressurreição, (iii) do senhorio do crucificado sobre tudo, prometido em sua exaltação. Para a esperança cristã, “a não-redenção visível do mundo, que pode ser testada nos sofrimentos”, não abala a fé na vinda já verificada do Messias, mas constitui uma interrogação angustiante sobre o futuro do Salvador que já veio. É assim porque com Jesus a redenção foi posta em andamento, por isso os crentes gemem com toda a criação ante a não-redenção do mundo, enquanto esperam ver o cumprimento universal de sua atividade redentora e justificadora (MOLTMANN, 2003, p. 287/8).
Sobre a forma de comunicar o evento da Ressurreição de Jesus, partindo da premissa de que a sua compreensão só é possível em conexão com o seu futuro escatológico universal, Moltmann defende que a única forma adequada para a comunicação desse evento é o anúncio missionário a todos os povos, ou seja, através da missão consciente de estar a serviço do futuro prometido. “Somente a pregação missionária está à altura do caráter histórico e escatológico desse evento. Ela representa a forma de experiência da história correspondente à existência histórica e à expectativa histórica” (MOLTMANN, 2003, p. 241).

5. Considerações finais
Nosso propósito foi analisar o conceito de ressurreição do apóstolo Paulo, com foco em 1Coríntios 15, a fim de compreender o significado e a relevância dessa “realidade” para o homem e mulher dos nossos dias. Vimos que o evento acontecido da ressurreição do crucificado é o fundamento para a fé do cristão na sua própria ressurreição, no porvir; e que a vida do crente não será destruída pela morte, graças ao fato acontecido de que o poder da morte já foi vencido pelo poder que ressuscitou a Jesus.
A partir do ponto de vista de Oscar Culmann, pode-se vislumbrar a morte como o grande inimigo de Deus, e, conforme as suas palavras, “ela nos separa daquele que é vida e criador de toda vida”. O autor de “Cristo e o Tempo” percebe a ressurreição como “um chamado à vida por um novo ato criador de Deus”, e a considera um milagre, porque “o homem inteiro está realmente morto”, pois a vida que havia sido criada por Deus, a morte veio e destruiu. Jesus passou pela morte em todo o seu horror, em Seu corpo e em Sua alma, por isso o cristianismo o vê como o Redentor, aquele que triunfa sobre a morte com a Sua própria morte. “Ali onde a morte é concebida como o inimigo de Deus, não pode haver ‘imortalidade’ sem uma obra ôntica de Cristo, sem uma história da salvação onde a vitória sobre a morte é o centro e o fim”. Dessa perspectiva, pode-se vislumbrar alguma luz sobre o enigma da nossa ressurreição corporal. Culmann dá a entender que corpo e alma serão libertados do poder mortal da carne pelo poder da vida do Espírito. A transformação do corpo carnal em corpo de ressurreição acontecerá no momento em que toda a criação for criada de novo pelo Espírito Santo, e então a morte já não existirá. “A substância do corpo já não será carne, mas Espírito”.
Com Albert Schweitzer viu-se que os crentes participam misteriosamente da morte e da ressurreição de Cristo, sendo afastados do modo de existência comum, tornando-se algo como uma categoria especial de ser humano, participantes do modo de existência da ressurreição, enquanto os outros vivem sob o domínio da morte. Já aqueles que “morreram com Cristo” não estão mortos como os outros, mas estão como que habilitados a ressuscitar antes dos demais.
Moltmann, com base na doutrina paulina da união do crente com Jesus, sustenta a tese de que o batismo concede participação na Sua crucificação e morte, enquanto a participação na vida da ressurreição se dá tão-somente através da esperança. Para o autor de “Teologia da Esperança”, a não-redenção visível do mundo, incontestável diante dos sofrimentos, não é argumento contra a fé na vinda, já verificada, do Messias, mas antes uma interrogação angustiante entremeada nas orações do cristão sobre o futuro do Salvador que já veio. O fato de Jesus ser o Cristo já está dado como certo, e com ele a redenção foi posta em andamento. É por isso que o cristão geme junto com toda a criação ante a não-redenção do mundo e quer ver o cumprimento universal de sua atividade redentora e justificadora. Somente através do encontro direto e imediato na pregação presente, hoje sob o olhar do Senhor e na obediência de cada “hoje” ao seu apelo absoluto, oferta de salvação para a atualidade, é que se pode compreender a “realidade” da ressurreição. E a única forma adequada de comunicar o evento da Ressurreição de Jesus, partindo da premissa de que a sua compreensão só é possível em conexão com o Seu futuro escatológico universal, é mediante o anúncio missionário a todos os povos - através da missão comprometida em transmitir a fundada esperança no futuro prometido.
Sinto que agora Paulo quer falar a mim e a você. Com a palavra, o apóstolo dos gentios:
Penso que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória que deverá revelar-se em nós. Pois a criação em expectativa anseia pela revelação dos filhos de Deus. De fato, a criação foi submetida à vaidade - não por seu querer, mas por vontade daquele que a submeteu - na esperança de ela também ser libertada da escravidão da corrupção, para entrar na liberdade da glória dos filhos de Deus. Pois sabemos que a criação inteira geme e sofre as dores de parto até o presente. E não somente ela. Mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos interiormente, suspirando pela redenção do nosso corpo (Romanos 8:18-23. Bíblia de Jerusalém).

Referências

Bíblia Sagrada: Bíblia de Jerusalém. – São Paulo: Paulus, 2002.
Bíblia Sagrada. Bíblia nova versão internacional. Várzea Paulista/SP: Casa Publicadora Paulista, 2021.
CULLMANN, Oscar. Cristo e o Tempo [tradução Daniel Costa]. 2ª ed. São Paulo: Fonte Editorial, 2020.
___________Das origens do evangelho à formação da teologia cristã [tradução Daniel Costa]. São Paulo: Fonte Editorial, s/d.
KNUTSON, Kent S. Quem é Jesus Cristo [tradução Luís Marcos Sander], 2ª ed. rev. São Leopoldo/RS: Sinodal, 2003.
MOLTMANN, Jürgen. Teologia da esperança: estudos sobre os fundamentos e as consequências de uma escatologia cristã [tradução Helmuth Alfredo Simon], 3ª edição. São Paulo: Editora Teológica, Edições Loyola, 2005.
SCHWEITZER, Albert. O misticismo de Paulo o apóstolo [tradução Paulo e Judith Arantes]. São Paulo: Fonte Editorial, 2003.

domingo, 29 de janeiro de 2023

Lançamento: Livro CITAÇÕES MISSIONÁRIAS - Mais de 2000 citações sobre a obra missionária da igreja de Cristo

 

Fruto de extensa pesquisa, é com prazer que apresentamos ao público cristão brasileiro uma obra verdadeiramente única em língua portuguesa. 

Em 266 páginas, o livro CITAÇÕES MISSIONÁRIAS objetiva ser um manancial de ciência e sabedoria (Pv 11.14), ao reunir por meio de citações as opiniões e entendimentos de centenas e centenas de servos do Senhor – teólogos, missiólogos, pastores, missionários, leigos – cuja produção intelectual, reiteradas vezes experimentada no campo de testes da vida real, é um presente de Deus para a sua igreja.

A obra reúne, em mais de 2.000 citações, reflexões sobre temas fundamentais da missão cristã, divididos em pouco mais de 40 tópicos:

AVIVAMENTO – BATALHA ESPIRITUAL – BÍBLIA – CHAMADO E DECISÃO – CONTEXTUALIZAÇÃO – DISCIPULADO – ENVIADORES E MANTENEDORES – ESPÍRITO SANTO – ESPIRITUALIDADE – EVANGELIZAÇÃO – FAMÍLIA E RELACIONAMENTOS – GRANDE COMISSÃO – IDE – IGREJA – JESUS – LITERATURA – MARTÍRIO – MINISTÉRIO      – MISSÃO, MISSÕES – MISSIO DEI – MISSIOLOGIA – MISSIONÁRIOS – MISSÕES DE CURTO PRAZO – MISSÕES URBANAS – MOBILIZAÇÃO MISSIONÁRIA – MOTIVAÇÃO – NÃO ALCANÇADOS – OBRAS DE MISERICÓRDIA (CARIDADE; AÇÃO E JUSTIÇA SOCIAL) – ORAÇÃO – PASTORES E LÍDERES – PERGUNTAS REINCIDENTES – PERSEGUIÇÃO – PERSEVERANÇA – PREGAÇÃO / PROCLAMAÇÃO – PREPARO MISSIONÁRIO – PROVIDÊNCIA DIVINA – QUEBRANTAMENTO – RENÚNCIA (SOFRIMENTO, SACRIFÍCIO) – SERVIÇO (MORDOMIA CRISTÃ) – TEOLOGIA – TESTEMUNHO – UNIDADE (COLABORAÇÃO NA MISSÃO, COMUNHÃO) – URGÊNCIA – VOCAÇÃO.


O livro custa apenas 40 reais, já com o valor do frete INCLUÍDO. E mais: Os lucros desta obra serão revertidos para agência missionária SEMADEC (São Gonçalo – RJ), filiada à AMTB.

Por enquanto, o livro não está disponível nas grandes livrarias e webstores. Para adquirir o livro impresso, você deve fazer um PIX (a chave é o e-mail  sreachers@gmail.com ), em nome de Sammis Reachers Cristence Silva; ou um depósito (Caixa Econômica Federal, agência 1337, Conta poupança 00036276-7, Operação 013).

Em seguida, precisa enviar comprovante do pix/depósito e o seu endereço para a remessa, seja para o e-mail acima ( sreachers@gmail.com ), ou para o meu Whatsapp: 21 98766-5576.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Seguir a Cristo em auto-abnegação - Soren Kierkegaard

 


Seguir após Cristo significa negar-se a si mesmo, e significa também andar pelo mesmo caminho como Cristo o andou, na figura humilde do servo, carente, abandonado, escarnecido, não amando o mundo e não amado por este. E também significa andar por si mesmo, pois aquele que em auto-abnegação renuncia ao mundo e a tudo o que pertence ao mundo, renuncia a qualquer relação que de outro modo tenta e cativa, "de modo que ele não vai cuidar de seu campo, nem de seus negócios, nem se casa", aquele que, se se fizer necessário, não ama, decerto, o pai e a mãe, a irmã e o irmão, menos do que antes, mas ama tanto mais Cristo, que até pode dizer que odeia aqueles: ele anda, pois, por si, por si no mundo inteiro. Sim, nas correrias da vida, para lá e para cá, viver assim parece ser uma coisa difícil, impossível, impossível já de julgar se alguém vive efetivamente assim; mas não nos esqueçamos de que é a eternidade quem deve julgar de que modo a tarefa foi resolvida, e que a seriedade da eternidade deve ordenar o silêncio da vergonha em relação a tudo o que é mundano, sobre o que frequentemente se falava no mundo. Pois na eternidade não serás interrogado sobre o tamanho da fortuna que deixas -sobre isto interrogam os sobreviventes, nem sobre quantas batalhas ganhaste, quão inteligente tu foste, quão poderosa a tua influência - isto se torna tua fama na posteridade. Não, a eternidade não perguntará o que resta de mundano depois de ti no mundo. Porém ela te perguntará que riqueza acumulaste no céu; quão frequentemente venceste sobre teu gênio; que domínio exerceste sobre ti mesmo, ou se neste ponto foste um escravo; quantas vezes te dominaste a ti mesmo em auto-abnegação, ou se jamais o fizeste; quantas vezes, em auto-abnegação, estiveste disposto a fazer sacrifícios por uma boa causa, ou se jamais estiveste disposto a tal; quantas vezes, em auto-abnegação, tu perdoaste o teu inimigo, talvez sete vezes, ou setenta vezes sete vezes; ou quantas vezes tu, em auto-abnegação, suportaste injúrias pacientemente; ou sobre o que tu sofreste, não por tua própria culpa, por causa de teus propósitos egoísticos, mas o que sofreste em auto-abnegação por causa de Deus. - E Aquele que te interrogará, o Juiz, de cujo juízo não poderás recorrer a nenhum superior, não foi um Comandante que conquistou reinos e países, com quem poderias comentar sobre tuas façanhas terrenas, seu reino não era, justamente, deste mundo; ele não era um purpurado de quem poderias procurar a distinta companhia, pois ele só vestiu a púrpura para ser humilhado; ele não era poderoso em virtude de sua influência, de modo que  pudesse desejar ser iniciado em teus segredos mundanos, pois ele era tão desprezado, que o homem distinto só ousou procurá-lo protegido pela noite. Oh, já é sempre um consolo reunir-se com seus iguais; quando se é covarde, não precisar então apresentar-se ante um tribunal de guerreiros, quando só se ama a si mesmo e só se pensa no mundo, não precisar então ser julgado por pessoas abnegadas. E este Juiz não apenas sabe o que é auto-abnegação, ele não apenas sabe julgar de tal modo que nenhum equívoco possa ocultar-se, não, sua presença é aquilo que julga, que faz tudo calar ou empalidecer, daquilo que mundanamente se apresentava tão bem no mundo, era ouvido e visto com admiração; sua presença é aquilo julga, pois Ele era a auto-abnegação. Ele, que era igual a Deus, assumiu a figura de um humilde servo; Ele, que podia ordenar legiões de anjos, sim, sobre a criação e a ruína do mundo, Ele andou indefeso por aí; Ele, que tinha tudo em seu poder, renunciou a todo o poder, não conseguia nada fazer por seus caros discípulos, mas apenas oferecer-lhes a mesma condição da humildade e do ultraje; Ele, que era o senhor da criação, forçou a própria natureza a comportar-se tranquilamente, pois foi somente depois de Ele ter entregado o espírito que a cortina se rasgou e os túmulos se abriram, e as forças da natureza traíram quem era Ele; acaso isto não é auto-abnegação, então o que é auto-abnegação?

in O Evangelho dos Sofrimentos (Discursos Edificantes em Diversos Espíritos, LiberArts, 2018).


sábado, 10 de dezembro de 2022

Reflexões missionais de Sammis Reachers reunidas em e-book gratuito: Sabenças & Sentenças da Missão

 

 

Esta brevíssima coletânea reúne frases de minha autoria, escritas ao longo dos últimos talvez quinze anos. A grande maioria nasceu já como está, como frase/pensamento individual, de parto despretensioso; algumas poucas foram retiradas de textos maiores. Foram publicadas fundamentalmente em redes sociais, fortuitas atualizações de status de Facebook e seus congêneres.

O que aqui as une é a reflexão sobre a vida cristã e a missão inescapável da igreja, missão que envolve a ida e também a estadia, o sofrimento, o sacrifício e a correção.

Dentre as tonalidades de tempero – que vão da especulação teológica até o chão diário da igreja – temos frases de incentivo e esperança, mas principalmente de exortação, por vezes dura, ácida (alguém diria profética, mas não me arrogo a tanto).

Se tais pitadas de sal e pimenta puderem temperar sua jornada, reanimando-a, ressignificando-a, provocando-a positivamente para fora da consensual zona de conforto, terá sido justificada sua compilação neste humilde livrinho de bolso.

 

O livro em formato PDF pode ser baixado GRATUITAMENTE pelo Google Drive, CLICANDO AQUI.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Sobre a adoração - Um trecho de Soren Kierkegaard



Ser espírito, esta é a glória invisível do ser humano. Quando então o aflito lá fora no campo fica parado, cercado de todas as testemunhas, quando cada uma das flores lhe diz: lembra-te de Deus! aí o homem responde: Já vou fazê-lo, minhas criancinhas, vou adorá-Lo, isto vocês, coitadinhas, não podem. Aquele que paira de pé é portanto um adorador. O andar ereto era a distinção, mas o poder prostrar-se adorando é contudo o mais glorioso; e toda a natureza é como este grande serviço que lembra ao homem, ao dominador, de adorar a Deus. É isto que se espera, não que o homem venha e assuma o domínio, que também é glorioso e lhe está atribuído, mas que ele adorando deva louvar o Criador, o que a natureza não faz, pois esta só pode lembrá-lo de fazer isto. É glorioso estar vestido como o lírio; mais glorioso ainda é ser o dominador que paira de pé; mas o mais glorioso de tudo é nada ser, ao adorar.

Soren Kierkegaard, in Discursos edificantes em diversos espíritos


quinta-feira, 28 de julho de 2022

Cartazes para Mobilização Missionária em Lettering - Baixe grátis

 


Sempre buscando ajudar irmãos e igrejas na promoção e mobilização de missões, o blog Veredas Missionárias preparou um valioso recurso: Uma série de 13 cartazes para mobilização. Os cartazes trazem citações (frases) de grande força, escritas/proferidas por renomados autores, e são ilustradas no estilo lettering, bastante bonito e comunicativo.

Um material de imenso impacto, imensa beleza e ideal para você imprimir e fixar em paredes e murais de igrejas, seminários, eventos - e até em sua casa, por que não?

O recurso é totalmente GRATUITO, e você é livre para baixar, imprimir (como, onde e o quanto quiser) e compartilhar com outros irmãos.

 Atenção: Cada cartaz/imagem possui três variações: com FUNDO PRETO, com FUNDO BRANCO, e COLORIDO, para que você escolha aquele que achar melhor.

Preparamos um arquivo PDF contendo TODAS as imagens (13 x 3 = 39 cartazes). E também disponibilizamos PASTAS DO GOOGLE DRIVE com as imagens unitárias, em formato PNG de grande resolução, ideais para a impressão em grandes formatos ou outras superfícies que não folhas A4.

Para baixar os Cartazes em PDF, pelo site Google Drive, CLIQUE AQUI.

Para ver/baixar as imagens separadamente, confira os links das seguintes pastas do Google Drive:

FUNDO PRETO - 

https://drive.google.com/drive/folders/12CKd9yuL77t4T1dRC32aR51YnpausyAj?usp=sharing


FUNDO BRANCO - 

https://drive.google.com/drive/folders/1kx4G3YqBOynpADJE7Ds4jWm_44Q5WKEO?usp=sharing


COLORIDAS - 

https://drive.google.com/drive/folders/11jEm_OJljZ0IFZ73UQAFzND6HVAeL5Vc?usp=sharing

  ATENÇÃO: É proibida qualquer utilização COMERCIAL ($$$) das artes, e recomendamos que, se possível, o nome “Veredas Missionárias”, constante em cada arte, não seja removido.