terça-feira, 15 de janeiro de 2013

CÉU: INGRESSOS À VENDA ESGOTADOS



INGRESSOS À VENDA ESGOTADOS – Mas infinitos e gratuitos  para os que não podem comprá-los 

Por trás de todo homem há uma coleção, uma colcha de retalhos tecida de pecados.
Seguindo o mesmo princípio, por trás de toda fortuna existe uma coleção de crimes, de todos os tamanhos.
E olha que coisa mais simplória, você não precisa ser um comunista comedor de criancinhas, e também não precisa de uma Bíblia, para enxergar isso. Para conhecer o podre no homem, basta tão só ser homem. Tão-só contemplar seu reflexo numa poça d’água suja ou num espelho de prata. O mesmo se dá com a sociedade humana (onde, quanto mais se sobe, mais se falseia): basta rasgar seu fino véu de seda, e contemplar a nudez obesa, untuosa, broxante-de-alma que ela enverga.
Claro, temos os idiotas, que creem nas aparências, na justiça ‘divina’ do status quo, e surpreendem-se em face ao brilho encerado de toda máscara. Temos cem mil pastores para contextualizar e fazer desvanecer no pó das palavras doces todas aquelas insuportáveis palavras de fel e verdade que Jesus emitiu contra os ricos.
Aquela história de o buraco da agulha por onde deverá passar o camelo, ser apenas mais uma parábola, por tratar-se de uma pretensa porta que havia em Jerusalém, com o formato de buraco de agulha... Essa máscara encerada, tem o tamanho de vestir seu coração? Ou só cabe em crianças? Já observou homens adultos vestindo camisas curtas e apertadas demais, camisas de seus filhos? Não é ridículo? Esse é o problema das máscaras, das fantasias: o ridículo as acompanha como escudeiro, infiel escudeiro pronto sempre para denunciar-lhes as inverdades, pronto sempre para a verdade: desvelar sua condição de falseio e simulacro.
Sou um protestante que precisa concordar com o padre da paróquia da esquina: o céu é a pátria dos pobres. E raríssimos são os penetras no grande baile-sem-máscaras do Rei. Apenas os suficientes para servir as mesas.

Sammis Reachers

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