INGRESSOS À VENDA ESGOTADOS – Mas infinitos e gratuitos para os que não podem comprá-los
Por trás de todo homem há uma
coleção, uma colcha de retalhos tecida de pecados.
Seguindo o mesmo princípio, por
trás de toda fortuna existe uma coleção de crimes, de todos os tamanhos.
E olha que coisa mais simplória,
você não precisa ser um comunista comedor de criancinhas, e também não precisa
de uma Bíblia, para enxergar isso. Para conhecer o podre no homem, basta tão só
ser homem. Tão-só contemplar seu reflexo numa poça d’água suja ou num espelho
de prata. O mesmo se dá com a sociedade humana (onde, quanto mais se sobe,
mais se falseia): basta rasgar seu fino véu de seda, e contemplar a nudez
obesa, untuosa, broxante-de-alma que ela enverga.
Claro, temos os idiotas, que
creem nas aparências, na justiça ‘divina’ do status quo, e surpreendem-se em
face ao brilho encerado de toda máscara. Temos cem mil pastores para
contextualizar e fazer desvanecer no pó das palavras doces todas aquelas
insuportáveis palavras de fel e verdade que Jesus emitiu contra os ricos.
Aquela história de o buraco da
agulha por onde deverá passar o camelo, ser apenas mais uma parábola, por
tratar-se de uma pretensa porta que havia em Jerusalém, com o formato de buraco
de agulha... Essa máscara encerada, tem o tamanho de vestir seu coração? Ou só
cabe em crianças? Já observou homens adultos vestindo camisas curtas e
apertadas demais, camisas de seus filhos? Não é ridículo? Esse é o problema das
máscaras, das fantasias: o ridículo as acompanha como escudeiro, infiel
escudeiro pronto sempre para denunciar-lhes as inverdades, pronto sempre para a
verdade: desvelar sua condição de falseio e simulacro.
Sou um protestante que precisa
concordar com o padre da paróquia da esquina: o céu é a pátria dos pobres. E raríssimos
são os penetras no grande baile-sem-máscaras do Rei. Apenas os suficientes para
servir as mesas.
Sammis Reachers
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