“Lá onde existem as remotas/luzes”
Vicente Aleixandre
Onde existiram cores remotas
luzes próximas
de serem estrelas não desfeitas
ainda nas poeiras, metais
afinados pela Imensa Mão
Lá onde o pó
se tornou consistente
no corpo de um homem
e havia uma árvore com raízes
directas ao espírito desse homem
Lá onde existiram raios solares
dos quais não fugiam os olhos
e onde a noite podia refulgir
onde os animais se afagavam
sem lutar pelo seu nome
Lá onde o Paraíso foi
um pássaro imenso
com uma espada de lume.
Inédito de J.T.Parreira
Nenhum comentário:
Postar um comentário