Cidades felizes já não existem hoje, porque cada nova manhã pode trazer em si o pesadelo. Nova Iorque, a 11 de Setembro de 2001 acordou radiosa, mas a luminosidade do céu sobre a Downtown escondia os pássaros prateados da morte. Mumbai revia-se orgulhosa das luzes, do luxo e da arquitectura do Taj Mahal Hotel até aos inesperados ataques, quase militares.
O homem, individual ou colectivo, não pode cometer a temeridade de afirmar o absoluto de uma manhã feliz. Há uma atmosfera de ameaça no ar.
La Peste anda no ar, nas notícias, nas mentes dos cidadãos, nas peripécias do mundo. A Peste, quer dizer o terror do sofrimento e da morte, a enfermidade, o terrorismo, o exílio numa cidade que pode fechar-se de quarentena de todo o tipo, a separação das famílias.
La Peste anda no ar, nas notícias, nas mentes dos cidadãos, nas peripécias do mundo. A Peste, quer dizer o terror do sofrimento e da morte, a enfermidade, o terrorismo, o exílio numa cidade que pode fechar-se de quarentena de todo o tipo, a separação das famílias.
O escritor Albert Camus quando escreveu o romance «La Peste», insistiu no livro inteiro com esta mesma ideia da separação da família, na prática «não há outra coisa senão homens sozinhos no romance».
O escritor baseou a sua obra sobre um facto moderno, real que ocorreu durante os anos 1941 e 1942, quando uma grande epidemia de tifo fez enorme devastação na Argélia, fornecendo o local exacto para o romance - a cidade de Orão-. Pensa-se que o número dos contaminados tenha atingido os 255.000.
O escritor baseou a sua obra sobre um facto moderno, real que ocorreu durante os anos 1941 e 1942, quando uma grande epidemia de tifo fez enorme devastação na Argélia, fornecendo o local exacto para o romance - a cidade de Orão-. Pensa-se que o número dos contaminados tenha atingido os 255.000.
Na Idade Média, a Peste teve sempre uma relação com os aspectos escatológicos da religião, a humanidade ornava-se com gravuras, pinturas, palavras quase sempre baseadas no conceito de castigo dos Céus. No ano de 1348 « no mês de Agosto, viu-se sobre Paris uma estrela, na direcção do Oeste, muito grande e muito luminosa» - escreveu alguém, dando a esta visão um sentido premonitório. E foi a chamada Grande Peste de 1348.
A Morte, depois do século XIII, deixaria de ter uma imagem ideal, quase de parábola de Lázaro levado ao seio de Abraão pelos anjos, morte serena, e passou a mostrar-se através de cadáveres decompostos, descarnados, pestilentos. De tal forma este tipo de morte pestífera impressionava a Europa, que nas paredes dos próprios templos figuraram danças macabras. O homem dessa época estava dominado pela angústia.
O mundo está hoje dominado por essa mesma angústia. Calígula, na peça de Camus, «descobriu» que os homens morriam e não eram felizes. As pestes mortíferas não estão assim tão adormecidas no ventre do Mal, nas possessões do deus deste Século - o Diabo-, não podemos esquecer-nos que La Peste tem hoje outros nomes: Sars, Ébola, Sida, Gripe Aviária ou a Gripe «Suína»... ou ataques mortíferos do Terror com nomes invariavelmente originados no Islão.
E que faz o homem religioso, que tem maiores responsabilidades do que qualquer outro? Contenta-se, como diria o padre Rieux de «La Peste», com o visitar Deus ao domingo?
E que faz o homem religioso, que tem maiores responsabilidades do que qualquer outro? Contenta-se, como diria o padre Rieux de «La Peste», com o visitar Deus ao domingo?
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