sábado, 7 de fevereiro de 2009

Porque amo, fico!

E amo mesmo, de verdade. Quem pode me provar dizendo ser falsidade? Fico, e não só agora, ou por um instante, fico por muito tempo e por muito tempo ainda ficarei. Ficarei várias vezes apreciando e desfrutando de todo o momento. Ah, como é prazeroso ficar e não ir embora. Sei lá, acho que nasci pra isto, nasci pra ficar. Tenho plena convicção de que devo continuar nisto. Não só nos sábados ou domingos, mas a servindo e a honrando fico, na minha igreja fico!

Foi nela, com ela e por meio dela que aprendi o Caminho, conheci a Salvação e recebi de graça todas as coisas. É claro Deus não habita em templos de mãos humanas, mas Ele habita no meio dos louvores de seu povo, e como é bom ver o seu Espírito agir em nossos espíritos, sentimentos e corpos. Mas é óbvio que Ele não se limita a espaço, templo, tempo, música, domingo, porém é na congregação que vejo ao meu lado um irmão, um ser tão humano quanto eu, e tão cheio d’Ele e do infinito amor d’Ele quanto eu.

Emocionei-me a lembrar de irmãos que me inspiram como a Maurina (passadeira daqui de casa) que muito mais cheia de fé que eu através de uma simples oração que eu fiz por ela Deus a curou de uma alergia e coceira que havia anos irritava seus olhos (em nome de Jesus é claro). Ou o semi-analfabeto Zé Divino (o bigode de fogo) que convenceu meu pai (um pastor) a levar seus discípulos para uma vigília num monte que nem altura tinha. E estávamos lá, orando no meio do mato quando as folhas acenderam. E eu pegava aquelas folhas florescentes na mão e olhava não querendo crer naquilo. Cheguei a brincar com um discípulo do meu pai que é Engenheiro Químico: “E aí, como você explica isso?” Ele respondeu: “É... isso é Deus, eu não explico!”

Podia escrever dezenas ou centenas de páginas só desses relatos que acontecem porque cremos em família, em igreja (também instituição), porque cremos em comunhão, porque pregamos o Reino de Deus sem medo de sermos felizes. Basta saber que o semi-analfabeto bate de dez em dezenas ou centenas de seminaristas que andam por aí com muita instrução, mas nenhuma experiência com o poder de Deus. Caramba! O bigode de fogo é um pedreiro que lê a Bíblia umas 5 vezes por ano e ama as vidas. Basta lembrar quantos pastores me ajudaram, de quantos líderes e amigos me socorreram, de como 2 desses evitaram até mesmo um suicídio.

Gosto de ser mais um na multidão e ao mesmo tempo muito importante para a comunhão. Gosto de cantar músicas que mesmo parecendo um mantra de tanto repetitiva e tendo melodias simples são fracas, mas é o que eu com minha voz rouca consigo alcançar e é o que todos conseguem e podem acompanhar. Preciso viver no meio disso, preciso ser cercado de pessoas comuns, mais pobres e mais simples (qual é o plural de simples?), como é gostoso viver cercado de irmãos. Sem isso sou cego ao amor, de outra forma não conheceria a graça, por outro caminho só pensaria em mim mesmo, não saberia respeitar as diferenças e desprezaria o oprimido.

Sim, eu sou fraco. Eu preciso de calor humano, de contato, de sair depois do culto, de participar de acampamentos, de dar ofertas e dízimos, de louvar junto ao grupo, de ouvir pregações ungidas, de cear, batizar, preciso de proteção, cobertura, abrigo: “Ah, eu amo, e porque amo, fico!”


Vítor Ferolla

3 comentários:

Wilma Rejane disse...

Vitor, que bela refexão!

Em tempos em que a igreja é tão criticada, (até mesmo entre os irmãos da mesma fé)Você com simplicidade conseguiu expôr motivos
pelos quais é tão necessário congregar.

Gostei porque você olhou pelo ângulo do "caminho estreito", o "largo" é o da insatisfação em "ficar".

Deus o abençoe!

Sammis Reachers disse...

Sensacional, Vítor. Pensei (e temi) que a rapaziada da Emersão tinha te cooptado...

Fugir é fácil, encarar é heróico.

Kleyton Martins da Silva disse...

Muito bom o texto, fiquei fascinado,um abraço,
visite www.okerux.blogspot.com