por Valmir Nascimento Milomem Santos
Segundo ele, a instituição havia investido um boa soma de dinheiro naquele equipamento, e que naquele mesmo dia seria apresentado a todos nós, no final do treinamento. Tal máquina estava bem ali, há alguns metros, no canto da sala, coberta por uma grande toalha escura, cujo acesso não era permitido.
Estávamos todos curiosos. Aliás, quem não ficaria? Contávamos as horas e os minutos nos dedos para conhecermos essa fabulosa criação.
Até que o momento chegou.
E para não perder o costume, o instrutor fez aquele clima, repleto de suspense:
- Senhoras e Senhores. – Começou ele.
- Quero a máxima atenção de todos vocês, para esse momento memorável de vossas vidas. Daqui alguns segundos vocês conhecerão a máquina mais moderna já criada pelo homem, que é responsável pelo solução de todos os seus problemas. Uma máquina que se bem manipulada poderá levá-los a um lugar que vocês nem imaginam.
- Que maravilha, pensávamos nós.
- Para conhecer esse equipamento – prosseguiu o palestrante - cada um de vocês deverá entrar naquele espaço, ali no canto da sala, coberto por uma cortina, e, silenciosamente, deverão olhar a máquina, e em seguida, sair sem contar nada aos colegas que ainda não entraram.
E a curiosidade aumentava ainda mais.
Cada um dos colegas que entravam no espaço saiam sérios, cabisbaixos.
Até que chegou a minha vez. Era o momento em que eu conheceria a máquina mais moderna já inventada. Caminhei em direção ao espaço, com os passos firmes. Abri a cortina, e adentrei ao local. Ao fundo, vislumbrei a tal máquina: meu próprio reflexo num espelho, com a seguinte frase escrita: Você é máquina mais importante do mundo!
GERAÇÃO DE OLHOS ALTIVOS
Esse tipo de expediente, tal qual narrado, é muito comum atualmente. Afinal vivemos um cenário de completa valorização do ego. Os escritor de Provérbios, antevendo tal contexto, deixou registrado que “há uma geração cujos olhos são altivos, e as sua pálpebras são sempre levantadas” Pv. 30.13.
Não existem dúvidas de que estamos inseridos no meio dessa geração. Notoriamente, o mundo moderno está envolto numa teia esotérica, onde o pensamento positivo e a lei da atração apresentam-se como insufladores do individualismo e do egocentrismo, sob o argumento de que por meio do descobrimento dos seus valores e potencialidades internas o ser humano pode conseguir tudo quanto queira, sem que hajam barreiras capazes de frustrar o seu intento.
Idéias como essas são sedutoras, e levam o homem ao egoísmo. Elas massageiam e incham nosso ego. Esse tipo de pensamento nos induz a agirmos como a Rainha Má do conto de Branca de Neve e os Sete Anões, que ao olhar para o espelho mágico, perguntava: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela que eu”. Na estória, quando o espelho respondia que Branca de Neve era a mais bela, a Rainha se corroía de ódio e ciúmes.
Atualmente, a doutrina da auto-ajuda nos motiva a indagar: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais importante do que eu?”. O problema é que quando percebemos que não somos tão importante – para o mundo - quanto o nosso ego gostaria, ingressamos num mundo obscuro de ciúmes em relação àqueles que estão numa situação melhor do que a nossa; cujo carro é mais novo ou que tenha uma casa maior do que a que possuímos. Assim, para atender aos anseios do ego, alguns descambam para uma vida de aparência, compram roupas, carros e jóias simplesmente para aparentarem serem alguma coisa. Compram livros para parecerem intelectuais. Fazem plásticas para parecerem bonitas.
ELES RECONHECEM…
A visão de que o mundo se enveredou por caminhos tortuosos em busca de sucesso e realizações, tendo o ego como ponto de partida, é tão patente que até mesmo alguns dos palestrantes do “desenvolvimento pessoal” reconhecem que a situação é caótica. Em Heróis de Verdade Roberto Shinyashiki escreve que “nunca se viu, em toda a história da humanidade, um culto ao ego tão exacerbado como o de hoje. As pessoas – diz Shinyashiki - desenvolvem a necessidade de fingir que sabem tudo, ganham todas e acertam sempre. Cada vez mais, exige-se que a pessoa mostre o que não não é, fale o que não sabe e exiba o que não tem. Nesse mundo de ostentação, as pessoas se encontram mas não se relacionam, trabalham mas não se realizam e, principalmente, vivem sem conhecer a própria alma.”
O REFLEXO DE CRISTO
Segundo as Escrituras, o ego deve ser constantemente suplantado. Ele está ali para ser tratado com indiferença. Foi isso o que Cristo quis dizer quando mencionou “Se alguém quer vier após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz”. Negar a si mesmo, é o mesmo que neutralizar o ego inflamado. É não dar ouvidos a todos os seus pedidos tresloucados, a fim de viver um vida cujo Senhor não é o nosso próprio ego, mas sim Cristo. Afinal, o cristão deve refletir, não o seu próprio reflexo, mas o reflexo de Dele. Paulo escreveu:
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”. 2Co. 3.18
O reflexo de Cristo em nossas vidas deve-se ao fato de que, após a transformação pela Palavra, o nosso “eu” não tem mais espaço, porque é Cristo quem vive em nós, pois já estamos crucificados com Ele:
“Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Gl. 2.20
Assim, quando olharmos para o espelho, é bom perguntarmos:
“Espelho, espelho meu,
reflito a glória de Cristo
que por mim morreu?”
Alguns anos atrás, quando trabalhava em uma instituição financeira multinacional, participei de vários eventos de qualificação profissional. Em um desses eventos, logo no início das atividades, o palestrante informou a todos os participantes que a empresa em que trabalhávamos havia adquirido a máquina mais moderna até então criada no mundo.
Segundo ele, a instituição havia investido um boa soma de dinheiro naquele equipamento, e que naquele mesmo dia seria apresentado a todos nós, no final do treinamento. Tal máquina estava bem ali, há alguns metros, no canto da sala, coberta por uma grande toalha escura, cujo acesso não era permitido.
Estávamos todos curiosos. Aliás, quem não ficaria? Contávamos as horas e os minutos nos dedos para conhecermos essa fabulosa criação.
Até que o momento chegou.
E para não perder o costume, o instrutor fez aquele clima, repleto de suspense:
- Senhoras e Senhores. – Começou ele.
- Quero a máxima atenção de todos vocês, para esse momento memorável de vossas vidas. Daqui alguns segundos vocês conhecerão a máquina mais moderna já criada pelo homem, que é responsável pelo solução de todos os seus problemas. Uma máquina que se bem manipulada poderá levá-los a um lugar que vocês nem imaginam.
- Que maravilha, pensávamos nós.
- Para conhecer esse equipamento – prosseguiu o palestrante - cada um de vocês deverá entrar naquele espaço, ali no canto da sala, coberto por uma cortina, e, silenciosamente, deverão olhar a máquina, e em seguida, sair sem contar nada aos colegas que ainda não entraram.
E a curiosidade aumentava ainda mais.
Cada um dos colegas que entravam no espaço saiam sérios, cabisbaixos.
Até que chegou a minha vez. Era o momento em que eu conheceria a máquina mais moderna já inventada. Caminhei em direção ao espaço, com os passos firmes. Abri a cortina, e adentrei ao local. Ao fundo, vislumbrei a tal máquina: meu próprio reflexo num espelho, com a seguinte frase escrita: Você é máquina mais importante do mundo!
GERAÇÃO DE OLHOS ALTIVOS
Esse tipo de expediente, tal qual narrado, é muito comum atualmente. Afinal vivemos um cenário de completa valorização do ego. Os escritor de Provérbios, antevendo tal contexto, deixou registrado que “há uma geração cujos olhos são altivos, e as sua pálpebras são sempre levantadas” Pv. 30.13.
Não existem dúvidas de que estamos inseridos no meio dessa geração. Notoriamente, o mundo moderno está envolto numa teia esotérica, onde o pensamento positivo e a lei da atração apresentam-se como insufladores do individualismo e do egocentrismo, sob o argumento de que por meio do descobrimento dos seus valores e potencialidades internas o ser humano pode conseguir tudo quanto queira, sem que hajam barreiras capazes de frustrar o seu intento.
Idéias como essas são sedutoras, e levam o homem ao egoísmo. Elas massageiam e incham nosso ego. Esse tipo de pensamento nos induz a agirmos como a Rainha Má do conto de Branca de Neve e os Sete Anões, que ao olhar para o espelho mágico, perguntava: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais bela que eu”. Na estória, quando o espelho respondia que Branca de Neve era a mais bela, a Rainha se corroía de ódio e ciúmes.
Atualmente, a doutrina da auto-ajuda nos motiva a indagar: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais importante do que eu?”. O problema é que quando percebemos que não somos tão importante – para o mundo - quanto o nosso ego gostaria, ingressamos num mundo obscuro de ciúmes em relação àqueles que estão numa situação melhor do que a nossa; cujo carro é mais novo ou que tenha uma casa maior do que a que possuímos. Assim, para atender aos anseios do ego, alguns descambam para uma vida de aparência, compram roupas, carros e jóias simplesmente para aparentarem serem alguma coisa. Compram livros para parecerem intelectuais. Fazem plásticas para parecerem bonitas.
ELES RECONHECEM…
A visão de que o mundo se enveredou por caminhos tortuosos em busca de sucesso e realizações, tendo o ego como ponto de partida, é tão patente que até mesmo alguns dos palestrantes do “desenvolvimento pessoal” reconhecem que a situação é caótica. Em Heróis de Verdade Roberto Shinyashiki escreve que “nunca se viu, em toda a história da humanidade, um culto ao ego tão exacerbado como o de hoje. As pessoas – diz Shinyashiki - desenvolvem a necessidade de fingir que sabem tudo, ganham todas e acertam sempre. Cada vez mais, exige-se que a pessoa mostre o que não não é, fale o que não sabe e exiba o que não tem. Nesse mundo de ostentação, as pessoas se encontram mas não se relacionam, trabalham mas não se realizam e, principalmente, vivem sem conhecer a própria alma.”
O REFLEXO DE CRISTO
Segundo as Escrituras, o ego deve ser constantemente suplantado. Ele está ali para ser tratado com indiferença. Foi isso o que Cristo quis dizer quando mencionou “Se alguém quer vier após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz”. Negar a si mesmo, é o mesmo que neutralizar o ego inflamado. É não dar ouvidos a todos os seus pedidos tresloucados, a fim de viver um vida cujo Senhor não é o nosso próprio ego, mas sim Cristo. Afinal, o cristão deve refletir, não o seu próprio reflexo, mas o reflexo de Dele. Paulo escreveu:
“Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”. 2Co. 3.18
O reflexo de Cristo em nossas vidas deve-se ao fato de que, após a transformação pela Palavra, o nosso “eu” não tem mais espaço, porque é Cristo quem vive em nós, pois já estamos crucificados com Ele:
“Já estou crucificado com Cristo, e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Gl. 2.20
Assim, quando olharmos para o espelho, é bom perguntarmos:
“Espelho, espelho meu,
reflito a glória de Cristo
que por mim morreu?”
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