sexta-feira, 15 de agosto de 2008

ENTREVISTA: Ariana Ortega, Atleta de Cristo em Pequim


Ariana Ortega, é o nome da rio-clarense que tem vaga confirmada nas Olimpíadas da China. Ela é Faixa Preta 3º Grau de Kung Fu (Wushu/Sanshou), sabe o que está fazendo e aonde quer chegar.
Conheça um pouco mais sobre essa Atleta de Cristo determinada e cheia de vontade de fazer bonito em sua primeira disputa olímpica.

ADC: Qual era sua resposta quando perguntavam o que ia ser quando crescesse?
AO: Eu queria atuar na área da medicina. Mas após seis meses de estudo na Faculdade de Biomédicas, percebi que este não era o meu caminho profissional.

ADC: Desde quando você está envolvida com esporte?
AO: Meu primeiro esporte foi a natação, aos cinco anos de idade já competia. Depois tive uma vivência com o balé e a ginástica olímpica.

ADC: De onde veio o interesse por essa modalidade das artes marciais?
AO: Aos 16 anos estava em busca de uma atividade física que me proporcionasse novas habilidades além das que já conhecia e praticava através da educação física escolar. O interesse surgiu no momento em que assistia a uma aula de Kung Fu. Fiquei encantada com as coreografias de movimentos, o manuseio das armas, os exercícios para melhorar o condicionamento físico e o respeito que os alunos tinham entre si e para com o professor. Imediatamente me senti desafiada a praticar e, a partir daí, o rumo da minha vida mudou por completo.

ADC: O que o Kung Fu representa pra você?
AO: Representa o esporte e a profissão que escolhi para minha vida
Aos que queiram conhecer mais do esporte e do meu testemunho como Atleta de Cristo, convido a assistirem o vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=mcn4RqSTEl0

ADC: Como é sua rotina de treinamento?
AO: Estou com um bom ritmo de treinamento visando obter um desempenho cada vez melhor nos treinos mensais da seleção brasileira e nos principais eventos de 2008: Campeonato Paulista, Jogos Regionais, VII Campeonato Pan-americano que será realizado em Campinas e a participação nos Jogos Olímpicos.

ADC: Quem foi seu maior incentivador (a)?
AO: Seria injusta ao citar nomes, pois tive incentivadores em minha família, na igreja e no trabalho.

ADC: No esporte, em quem você se inspira?
AO: Inspiro-me em atletas que treinam com seriedade e quando se tornam os melhores, conservam a humildade. Um exemplo é o Kaká.

ADC: Você tem um treinador-esposo/um esposo-treinador? Pode contar pra gente um pouquinho da sua vida familiar?
AO: Meu marido foi o técnico da seleção brasileira feminina no Mundial de Pequim. Ele é meu grande incentivador e me ajuda nos momentos de alegria e tristeza, mas apesar deste cargo, nosso relacionamento é normal, pois é necessário respeito: em casa ele não é meu técnico e no treino ele não é meu marido.

ADC: Gostaria que falasse sobre o período da lesão no quadril. Como foi esse tempo?
AO: Em 2003 fui classificada para o Campeonato Mundial de Kuoshu. Conquistei medalha de ouro em 3 modalidades: kati (rotina) mãos, arma média e combate. A intensidade dos treinamentos provocou uma lesão no quadril que me impossibilitou de praticar qualquer tipo de atividade física. Durante meses busquei vários tratamentos médicos, mas nenhum solucionava meu problema. Os meses passavam e a sensação de invalidez foi afetando meu lado emocional e agravando ainda mais o quadro clínico.
Sempre em oração pedi a Deus que colocasse um profissional que fosse capaz de me tratar. Foi quando o Prof. Nivaldo Baldo da clínica Phisiosport me diagnosticou e elaborou um tratamento que me possibilitou voltar a treinar.

ADC: No período de tratamento, você pensou em desistir de tudo? E o que te deu mais força nesse período?
AO: Não, sempre mantive a esperança de voltar a treinar, por mais distante que essa volta parecesse. Quando voltei aos treinos, senti que estava indo bem e que poderia dar mais um passo a frente. Então tomei coragem para voltar a competir.
O que me deu mais força nesse período foi a confiança em Deus. Como está no Salmo 144:1-2 "Bendito seja o Senhor, a minha Rocha, que treina as minhas mãos para a guerra e os meus dedos para a batalha. Ele é meu aliado fiel, a minha fortaleza, a minha torre de proteção e o meu libertador, é o meu escudo, aquele em quem me refugio."

ADC: Como você conquistou sua vaga nas Olimpíadas?
AO: Quando voltei a competir em 2005, tinha como meta participar do Campeonato Mundial de Wushu no Vietnan. Participei de todas as etapas até vencer o Campeonato Brasileiro. Entretanto, não fui convocada para a seleção, por não ter um histórico anterior nos eventos da Confederação Brasileira de Kung Fu Wushu (CBKW).
Mesmo assim, não desisti.
Em 2006, fui convocada para o time que representou o Brasil nos Jogos Pan-americanos de Toronto - Canadá. Foi um excelente aprendizado, conquistei o título de Vice Campeã.
Em 2007, melhor treinada e mais experiente, fui campeã Sul-americana e obtive a 5ª. colocação no mundial de Pequim, que me classificou entre as oito atletas que irão disputar o torneio que será realizado durante os Jogos Olímpicos de Pequim de 21 a 24 de agosto deste ano.

ADC: O que sentiu quando foi classificada para Olimpíadas?
AO: Senti-me feliz e agraciada por Deus me permitir esta conquista.

ADC: Quais são as expectativas para Pequim?
AO: O torneio será um encontro das melhores atletas do mundo em suas melhores condições físicas e técnicas, mas, apesar da dificuldade, meu objetivo é treinar forte para conquistar uma medalha olímpica.

ADC: Desde quando você conhece a Jesus?
AO: Eu o conheço desde pequena, minha mãe sempre me falava de Jesus e ensinava alguns louvores. Eu conhecia algumas histórias bíblicas, orava a Deus, mas não tinha um compromisso com Ele. Voltei a freqüentar a Igreja no ano de 2000 e dois anos depois fui batizada.

ADC: Que diferença isso faz na sua vida?
AO: Hoje tenho paz de espírito, alegria no viver e segurança.

ADC: O que pensa sobre esporte-evangelização?
AO: O esporte é um excelente instrumento de evangelização!
Pois trás benefícios relacionados ao bem estar e saúde e consegue levar a mensagem de Cristo aos lugares de maior resistência ao evangelho.

ADC: Como são suas orações em relação a sua carreira?
AO: Agradeço pelo direcionamento que Ele deu a minha vida após as tribulações, peço que Ele me dê disciplina nos treinos, me proteja de lesões, me use como instrumento da Sua Palavra, que eu possa dar um bom testemunho, me permita fazer uma boa luta e, se for da Sua Vontade, me dê a vitória.

ADC: Qual o trecho predileto da Bíblia?
AO: Não tenho trecho predileto. Muitas passagens falaram muito ao meu coração e me preencheram em diversos momentos da minha vida. Mas gosto muito de Ester 4: 12-14: "Quando Mardoqueu recebeu a resposta de Ester, mandou dizer-lhe: "Não pense que pelo fato de estar no palácio do rei, você será a única entre os judeus que escapará, pois, se você ficar calada nesta hora, socorro e livramento surgirão de outra parte para os judeus, mas você e a família do seu pai morrerão. Quem sabe se não foi para um momento como este que você chegou à posição de rainha?""
Esta passagem nos lembra o compromisso que temos em proclamar a Palavra de Deus, pois, se não fizermos, Deus colocará outra pessoa para fazer a Sua obra.

ADC: Como é pra você lidar com as filosofias orientais tão arraigadas nessa modalidade?
AO: Agradeço a Deus por manter minha mente e meu coração distante das coisas que não o agradam. Na minha visão eu pratico o esporte Kung Fu, usufruo os benefícios que essa atividade me proporciona, e aprecio os valores morais que norteiam as artes marciais: disciplina, paciência, perseverança, respeito e humildade.

ADC: Você já pensa no que vai fazer quando deixar de competir?
AO: Após o término da temporada de competições que envolvem as Olimpíadas, quero continuar trabalhando, treinando e se for da vontade de Deus, ser mãe.

ADC: Como gostará de ser lembrada?
AO: Como uma atleta de Cristo.

FONTE: ATLETAS DE CRISTO -www.atletasdecristo.org

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