sexta-feira, 18 de julho de 2008

Isabeli Fontana irrita gays: "Não gostaria de ter filho homossexual"

da Folha Online

Internautas gays criticaram a modelo Isabeli Fontana por falar que não gostaria de ter um filho homossexual, durante o programa da Hebe no SBT na segunda-feira (30). Veja o vídeo da declaração.

Isabeli Fontana afirmou que não gostaria de ter um filho gay durante o programa "Hebe".

A profissional que alcançou o status internacional que Isabeli alcançou deveria pensar um pouco mais nas palavras que saem da sua boca. Uma pessoa como ela forma opiniões. Não se trata de ser engajada com mil causas --acho esse Bono Vox way of life um porre. Mas ela poderia pelo menos não atrapalhar, dando uma declaração homofóbica em rede nacional", opinou o blog Na Ponta dos Dedos.
Reprodução
O assunto também rendeu comentários no blog Queer Girls:

"Já sabemos que existem milhares de artistas de mente fraca e preconceituosa, mas deixar isso evidenciado em rede aberta pro Brasil todo saber, isso sim é que eu chamo de tombo na passarela. Torçamos, então, para que Zion e Lucas não sigam o mal exemplo da mãe e sejam crianças que, desde cedo, aprendam a respeitar e entender as diferenças", postou uma leitora no blog.

No sistema de comentários da Folha Online, a fala de Isabeli também gerou controvérsia. Alguns leitores defenderam a modelo.

"A lei nos obriga apenas a tolerar diferenças, mas ninguém é obrigado a gostar de ninguém, e por enquanto ainda não somos obrigados a mentir sobre nossas preferências", escreveu Gerson Luiz Armiliato, de Cascavel (PR).

Houve quem contasse casos pessoais para sustentar sua opinião.

"Tenho 38 anos e tenho um irmão que é gay. Desde que me entendo convivo com isso. Sempre o amei e nunca o discriminei. Nossa família o entende e aceita. Mas também tenho três filhos e de uma coisa tenho certeza: não gostaria que um deles fosse gay", defendeu Claudio Wallace.

A Folha Online procurou Isabeli Fontana, mas a modelo ainda não deu resposta ao pedido de entrevistas.

Confira o diálogo

A discussão sobre homossexualidade veio à tona devido à presença do ator Lugui Palhares, que interpretou o personagem gay Carlão na novela global "Duas Caras", de Aguinaldo Silva. Hebe Camargo questionou a sexualidade de Palhares, que afirmou ser heterossexual e apontou sua mulher na platéia. Também sentada no sofá da apresentadora, Isabeli comentou que, se fosse seu filho, não queria que ele fosse gay.

Após a polêmica declaração, Hebe --que busca atrair um público mais jovem em seu novo horário-- defendeu a modelo e tentou minimizar a situação, afirmando que um filho gay "cria muitos problemas". Quando Palhares disse que era necessário entender a sexualidade do filho, a apresentadora do SBT afirmou que o comentário de Isabeli também precisava ser aceito. "Mas é questão de opinião, é a opinião dela, o filho é dela...", disse Hebe.

A seguir, veja o trecho do diálogo entre Isabeli Fontana, Hebe Camargo e Lugui Palhares.

Isabeli Fontana: "É, a gente não tem que ter preconceito, mas filho meu eu não gostaria que fosse [gay]. Sim, é um mínimo preconceito... Eu adoro... Tenho vários amigos gays, amo de paixão, mas filho meu eu não gostaria que fosse".

Hebe Camargo: "Mas você não gostaria que seu filho fosse..."

Isabeli: "Ô!"

Hebe: "É, porque cria muitos problemas..."

Lugui Palhares: "Mas... Mas se ele fosse, você teria que..."

Isabeli: "Aceitar?"

Lugui: "Aceitar e saber entender, porque talvez aí você vai olhar com outros olhos, de outro ângulo..."

Isabeli: "Tentar entender, mas de outra forma? É, mas eu quero que seja...[heterossexual]"

Hebe: "Mas é questão de opinião, é a opinião dela, o filho é dela..."

Lugui: "Com certeza".

Isabeli: "Eu tinha que aprender a lidar com a situação, mas que é difícil, é, né?"

Fonte: Folha Online / Ilustrada

Veja mais neste blog: ABGLT - NINGUÉM SONHA EM TER FILHOS GAYS!

3 comentários:

Unknown disse...

A pior forma de ódio é quando ela vem disfarçada com pseudo-argumentos como os do indivíduo acima, o Daladier Lima. O que precisa ficar claro - mais uma vez... - é que há uma grande diferença entre preconceito puro e simples e Liberdade de Expressão. Assim como ele dia que " ...nunca viu uma resenha em Veja, falando sobre o album de algum cantor evangélico"; eu também nunca vi o jornal da igreja universal falando do lançamento de novo cd do Ney Matogrosso ou albuns do Cazuza. É para rir pela primariedade do argumento dele.
Outra coisa que , devono e pela milésima vez: vivemos em um Estado Laico. Não queremos igrejas doutrinando dentro do Congresso Nacional. Igreja tem que doutrinar seus fiéis e quem quiser ouvir. Nunca tentar boicotar projetos de Leis ou avanços sociais só por que vão contra as suas crenças. Que os /as evangélicos sigam seus conceitos, sua doutrina, oK! Mas obrigar que o restante da população pense, aja e sinta da mesma maneira, que tenha o mesmo deus que eles e sejam obrigados pela lei a seguirem os seus preceitos é demais, é ditadura evangélica que é o que querem implantar aqui: um Estado evangélico fundamentalista. Uma coisa é criticar, que é saudável sempre. Outra é ofender e até trair o que disse Jesus Cristo: "Amai-vos uns aos outros".
Evangélicos só retiram do levítico o que lhes convém para justificar seus preconceitos. Outras coisas, disfarçadamente e convenientemente ignoram. Não adianta discutir com eles, são fundamentalistas e não estão abertos ao diálogo. Que imponham esse comportamento ao povo que frequenta suas prisões chamadas de igreja e não quem está fora dela e fora quer ficar.
A PL 122 tem que ser defendida justamente e principalmente para que possamos ter instrumentos de defesa contra gente assim. Não há desculpas para a homofobia, assim como não há desculpas para o racismo. Usam da falácia religiosa e castradora e ainda acham que têm esse "direito". Direito é outro papo. Direito é primeiramente perceber que existem pessoas diferentes de nós, que pensam e sentem diferente de nós e que merecem todo o nosso respeito. Quem tenta padronizar sentimentos e crenças é que está atentando contra os Direitos Humanos. Uma pessoa tem até o direito de não acreditar, sem julgamentos. André Petry foi direto, competente e perfeito em suas colocações. Por isso incomodou tanto os/as evangélicos. Homossexuais querem respeito, direitos e serem deixados em paz. Nenhum direito além que qualquer evangélico possa ter, direitos iguais, nem mais, nem menos. Crenças são outro papo e devem ficar dentro do templo, não invadir o Legislativo.
Ricardo Rocha Aguieiras
aguieiras2002@yahoo.com.br

Eliseu Antonio Gomes disse...

A mais recente notícia sobre a questão dos protestos de evangélicos contra a aprovação do PL 122/2006 é que a revista Veja concedeu direito de reposta ao Pr Silas Malafaia. Além disso, um dos editores enviou e-mail ao pastor, explicando o posicionamento daquela redação.

Sammis Reachers disse...

Creio que há grandes mal-entendidos, de parte a parte, nestas questões. Principalmente por parte dos seculares, como o sr. Ricardo.
Não vou me estender, vou logo ao cerne da questão: a tal lei, se aprovada como proposta, TORNARIA OS EVANGÉLICOS CRIMINOSOS. Esta é a questão: não odiamos gays, lésbicas ou simpáticos, odiamos o pecado que destrói vidas e famílias e separa de Deus. E DE MANEIRA ALGUMA QUEREMOS SER CRIMINOSOS. REPETINDO (POIS É ESTA A VERDADEIRA QUESTÃO): NÃO QUEREMOS QUE NOS TORNEM CRIMINOSOS.

Não odiamos ninguém. Pois que ódio seria esse que não investe contra seu objeto? Skinheads investem contra homossexuais. Nós cremos apenas que tais práticas são erradas e ponto - não é nosso direito? QUEREM TORNAR ESTE DIREITO EM CRIME? O DIREITO DE OPINIÃO? E NÓS é que somos os 'fundamentalistas'?

É isso que a tal lei propõe. Será que é tão difícil entender? Menos SOBERBA!