Se existe algo que me deixou admirado ao viajar pelos Estados Unidos para falar e ensinar é que somos um povo assustado (Nouwen estava em seu ‘período americano’). Tememos necessidades físicas ou o desconforto. Tememos por nossa segurança e por nossos empregos. No plano das relações internacionais, os países ricos constroem muralhas de proteção ao redor de suas riquezas para que nenhum estrangeiro as roube. Numa grande ironia, porém, tornamo-nos prisioneiros de nossos próprios medos. Quem é capaz de nos amedrontar exerce poder sobre nós.
Quando vivi, há alguns anos, entre os pobres da América Latina, encontrei um povo vivendo de modo diferente. Eles tinham aprendido que o medo não precisava ser dominante. Diante da tortura, da opressão e da pobreza, havia gente vivendo com gratidão e
No lado oposto da pobreza das nações do Sul estão o medo, a culpa e a solidão do Hemisfério Norte. O sofrimento de países opulentos como os Estados Unidos vem como conseqüência oculta da negligência para com os menos afortunados. É o sofrimento que acompanha a nossa injusta extravagância.
Henri Nouwen, em ‘Transforma meu pranto em dança’, lançado no Brasil pela editora Textus e mais recente pela Thomas Nelson Brasil.
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