sábado, 16 de fevereiro de 2019

Batalha Espiritual: Separação entre a luz e as trevas


Keka Gomes 

“E disse Deus: Haja luz; e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as trevas.
E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a tarde e a manhã, o dia primeiro.” (Genesis 1.3-5)

“No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo.
Porque não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” (Efésios 6.10-12)

Em meio às trevas Deus além de manifestar a luz ele observa que ela em si é boa, ao contrário das trevas, e faz uma clara separação, uma oposição.
A Luz manifesta a Verdade. No escuro nada enxergamos. Quando existe claridade neste plano físico podemos identificar aquilo que está perante nossos olhos, assim é quando temos acesso à Luz espiritual, nós compreendemos as situações mais diversas da vida.
É uma batalha entre o conhecer e o desconhecer, ela está primeiramente nas ideias que fazemos de tudo. Aqui neste versículo Deus cria a luz mas vemos que ela não era a luz natural do sol, era uma luz invisível, num outro plano ainda que este plano fizesse parte da terra, foi proclamada a presença de luz aqui mas não como fenômeno físico, com massa.
A bíblia é um livro que fala de muitas pelejas.

É conhecido que existe uma batalha espiritual nos lugares celestiais. Aliás, uma observação a se fazer: De tudo quanto Deus fez existir ele conclui ser bom, exceto quando fez os céus, os lugares celestiais, a atmosfera, o firmamento, o lugar onde habitam as forças malignas como é sitado em Efésios.
Também está claro que existem poderes operando e, por conseguinte, temos uma batalha que é o reflexo do antagonismo da luz e das trevas desde o início da criação, quando Deus faz distinção, separação entre estas duas. Sabemos disto.
Quando a raça humana cai em Adão, a separação feita por Deus na terra entre trevas e luz parece ter sido perdida pela consciência humana. E ela precisa ser restabelecida primeiramente no nosso entendimento, precisamos buscar conhecer tudo o que é Luz para fazer distinção clara do que é trevas. A queda veio por meio do homem que deu origem a um novo caos, o homem ficou separado de Deus, separado da Luz, sem o conhecimento de Deus e das belezas das leis de Deus, a maldade começou a operar no interior do homem, os erros começaram a atuar na mente humana, houve um desvio do que vem a ser o correto e o errado, e a raça humana com toda a criação geme por este colapso.
Adão não conhecia, através da experiência, as reais consequências de desobedecer a instrução divina, Deus lhe deu essa liberdade, não o impediu de agir de forma independente. Aqui recomeça Bereshit (Gênesis), não mais na terra, agora no plano espiritual, na vida humana, há no homem confusão, trevas, escuridão e morte. O homem morreu com Adão. Vejamos que tudo até então estava perfeito, havia plena separação entre trevas e luz, o Éden era um lugar de delícias, de paz, não haviam trevas ali, tudo funcionava em plena harmonia.
A batalha agora é para recuperar o status anterior à queda, pois a transgressão veio por meio do homem e também a regeneração veio por meio de outro homem, Cristo. Cristo é o padrão de Luz na vida humana, ele é aquele que no livro de Apocalipse estava no meio de sete castiçais, ele é a Luz, ele é a Verdade perdida, ele é o Caminho de volta à pureza, à santidade, à felicidade, ao amor, à Vida.
Jesus viveu intensamente a batalha espiritual, ele veio inaugurar o Reino da Luz nos dando vida espiritual através do Espírito derramado em Pentecostes (Shavuot). Jesus era profundo conhecedor das escrituras, da Torá. Quando confrontado por uma potestade maligna, o diabo, ele se defendeu usando o conhecimento que ele tinha da Torá. 
“E Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão e foi levado pelo Espírito ao deserto;
E quarenta dias foi tentado pelo diabo, e naqueles dias não comeu coisa alguma; e, terminados eles, teve fome.E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. E Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra de Deus.(Lucas 4.1-4)

O relato demonstra como um cristão precisa agir quando confrontado nos lugares celestiais, ele precisa imitar o mestre. Quando espíritos malignos nos afrontarem por que nos falta o mantimento ou nos falta seja o que for, e nos acusar de não sermos filhos de Deus, lembremo-nos do que Jesus respondeu, o homem não vive só de coisas desta terra, o nosso sustento não é apenas pão, nós até passamos por breves momentos de privação, mas o sobrenatural nos alcança. Jesus aqui estava usando uma passagem que está escrita em Deuteronômio, capítulo 8, onde estava sendo lembrado ao povo que no meio do deserto Deus enviou o maná, sempre haverá provisão.
As trevas mentem, elas distorcem o conhecimento humano e nos fazem pensar de forma errada sobre Deus.
“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” (Jesus – João 5.39)
Está escrito“, Jesus conhecia a Torá e usava este conhecimento revelado de Deus, instrução dada ao homem para vencer as trevas. E ele nos aconselha a examinar os livros para encontrarmos tudo sobre ele e sobre a vida eterna.

Jesus diz ainda: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus”. (Mateus 22:29)Por isso Paulo diz que na guerra espiritual nós usemos a espada do Espírito que é a Palavra de Deus.
“E disse-lhe o diabo: Dar-te-ei a ti todo este poder e a sua glória; porque a mim me foi entregue, e dou-o a quem quero.
Portanto, se tu me adorares, tudo será teu.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Vai-te para trás de mim, Satanás; porque está escrito: Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás.”(Lucas 4.6-8)
Satanás tenta plantar nos nossos corações a cobiça, a nos fazer adorar as riquezas, adorar o reconhecimento humano, adorar o status, adorar o poder. Faz parte da guerra sermos tentados a este respeito, mas Jesus usou o trecho do Antigo Testamento que estava em seu coração firmado como verdade e não acreditou na seta maligna.
“Levou-o também a Jerusalém, e pô-lo sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo;
Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem,
E que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra.
E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.”(Lucas 4.8-12)

Ou seja, nós somos confrontados igualmente e muitas vezes ouvimos o que a sutileza das trevas está nos induzindo a fazer, “joga-te daqui”, desiste de tudo, experimenta algo perigoso porque se Deus for contigo ele te livra, Deus te perdoa, tenha uma ousadia na fé, tenta de outro jeito, erra mesmo, se mata. Se ele não pode nos invocar à morrer literalmente ele projeta em nós através de pensamentos, ou por palavras de outras pessoas, a outras formas de nos paralisar e nos matar, ele nos aprisiona, ele nos convence que nossos erros não terão consequências, como fez com Adão. E esquecemos que a pior morte é a espiritual, é a que rompe nosso discernimento de certo e errado e nos põe em caminhos tortuosos que nos trarão prejuízos sempre.
Esta é a batalha, precisamos pedir a Deus o discernimento porque os poderes, os principados, as potestades, este império maligno atua no homem, ele sugere ao homem o desvio e pode ser qualquer um. Tenhamos em mente que Jesus é nosso sacerdote supremo e foi tentado, todos nós também somos e seremos. Um título sacerdotal, episcopal, um cargo espiritual que consideremos elevadíssimo ou não, não estará livre de indução maligna. O correto é buscarmos em Deus respostas e direção e que seu Espírito esteja conosco nos revelando os segredos da Palavra.
Nesta batalha a Palavra é indispensável, assim como o Espírito de Deus, e ambos estão perto de nós e ao nosso fácil acesso.
A batalha será na nossa consciência, nas escolhas que fazemos, a sutileza é para nós resistirmos ao plano de Deus.

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