sexta-feira, 20 de junho de 2014

Mãos que ajudam ou lábios que oram?

 

por George Gonsalves

 
      Nesta manhã visualizei um adesivo em um carro que trazia uma frase atribuída a Madre Tereza de Calcutá:

 
       "As mãos que ajudam são mais sagradas que os lábios que rezam (oram)".
       A citação, embora bela, traz uma falsa dicotomia na perspectiva cristã. Coloca-nos diante de dois tipos: aquele que ora muito, inclusive realizando vigílias, mas que não se compadece dos desvalidos e necessitados; ou aquele que se dedica às causas sociais, privilegiando os pobres e discriminados, mas que são considerados espiritualmente apáticos.
      Na verdade, o evangelho traz ao coração do homem uma espiritualidade ampla, unindo amor fervoroso a Deus e ao próximo. O próprio Cristo reafirmou as palavras do Antigo Testamento: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo" (Mt. 22:37-39).
      O homem espiritual não é aquele que se isola do mundo para "se perder em Deus", e nem aquele que, distante de Deus, se aproxima do próximo para fazer obras de caridade. John Wesley, pregador metodista do século XVIII, dividiu boas obras em: obras de piedade (culto, oração, jejum) e da misericórdia (alimentar os famintos, visitar os enfermos ou vestir os nus).
      Deste modo, podemos dizer que tanto as mãos que ajudam como os lábios que oram podem ser santificados pelo Senhor.

Nenhum comentário: