segunda-feira, 3 de junho de 2013

O papa, o pecado e a redenção


Esta semana o papa Francisco surpreendeu alguns...mais uma vez. Em um sermão proferido em plena Praça São Pedro, criticou pessoas que aceitam Deus, mas não a igreja, porque ela está cheia de pecados. Continuou afirmando que é verdade que o próprio papa tem muitos pecados, mas mesmo assim a igreja continua a ser instrumento de Deus.
   Tornar-nos reconhecedores de nossa pecaminosidade não é o fim da mensagem cristã, mas um dos alvos. Aos fariseus que o criticavam por estar na presença de publicanos e meretrizes, Cristo afirmou que os sãos não precisam de médico, mas apenas os doentes. Ou seja, aqueles que não reconhecem que são pecadores não podem receber o Salvador.
     Vivemos em um mundo em que predominam ideias que pretendem, por um lado extirpar a noção de pecado dos homens: “Não existe pecado do lado de baixo do Equador”, cantou uma geração de brasileiros. “Arrependimento?”, disse uma celebridade. “Nenhum, só me arrependo do que não fiz”. Outrossim, se propaga a ideia de vitimização da sociedade. Os homens não são agentes da iniquidade, mas vítimas de condições sociais e psicológicas adversas. É o velho novo provérbio: “O homem é bom, mas a sociedade o corrompe”. Resta saber quem corrompeu a sociedade.    
      A verdade é que não há salvação sem que o homem grite como o apóstolo Paulo: “Miserável homem que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?” (Rm. 7:25). Contudo, se o homem parar aí poderá se tornar apenas um cínico, daqueles que dizem: “Sou pecador, mas quem não é”. Precisamos dar um passo adiante e nos lançar nos braços d’Aquele que “tira o pecado do mundo”: Jesus.
     A doutrina da corrupção humana precisa ser ressaltada também dentro da igreja. Muitos cristãos pensam que "foram" pecadores, e não que ainda o são. Por isso, há tantos arrogantes e santarrões no meio evangélico. A receita, contudo, foi dada pelo apóstolo: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e verdade não está em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (I-Jo 1:8-9).    
     Assim, como disse um pregador, os cristãos são mendigos, mas mendigos que acharam pão.   

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