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Estou inconformado com a passividade da nossa Igreja Brasileira. Somos participantes de uma igreja grande, sendo considerada em tamanho a terceira maior do mundo. Seu potencial, obviamente dependente do nome do Senhor Jesus, ultrapassa os limites do entendimento. Certo homem disse: “Dá-me cem homens que não temam nada, a não ser a Deus e ao pecado, e eu farei uma revolução no mundo”. Imagine o que poderia ser feito com uma Igreja com 40 milhões de evangélicos!
Não me conformo com nossa passividade. Há alguns meses, fui informado de que nos EUA certa seita investiu no treinamento de quinhentos missionários para enviar ao mundo árabe. Por outro lado os muçulmanos no Brasil, que já somam o número de três milhões de adeptos, têm um projeto de construir uma universidade islâmica em cada estado de nosso país nos próximos anos. Alguns estudiosos islâmicos nos rotulam de Dar-el-Salam, ou seja, Casa de Paz, o que significa que não oferecemos resistência para que outras religiões invadam o nosso país.
Não me conformo com nossa desorganização, demonstrada principalmente na desproporção no envio de missionários. Atualmente são conhecidos, entre os vinte e quatro mil povos no mundo, oito mil que ainda não foram alcançados pelo evangelho. Deveríamos direcionar nossa força missionária, com nossas melhores estratégias, para os povos mais carentes, para o que é chamado de última tarefa. Mas infelizmente, a Igreja Brasileira, com todo seu potencial, tem enviado somente cerca de 420 missionários para estes povos,
Ajudamos um pouco na média estatística que diz que temos 2.7 missionários cristãos no mundo, para cada milhão de muçulmanos. Em outras palavras, caímos numa vergonhosa estatística que revela que enviamos 95% de nossos missionários para trabalhar dentro de nosso próprio país, enquanto que apenas 4,5% saem para trabalhar em países já cristianizados e somente 0,5% entre os povos mais carentes de Cristo no mundo.
Não me conformo com nossa falta de senso em desperdiçar os bens que Deus nos dá, ferindo assim nosso próprio Deus e o princípio da mordomia cristã. Gastamos mais com refrigerantes do que com missões. Gastamos mais com chicletes, balas e até com produtos para animais de estimação. Fazemos isto para nosso prazer, enquanto mães e pais em diversas partes do mundo fecham seus olhos para não ver seus filhos morrerem de fome. Sem ter a quantidade mínima de calorias por dia, para alimentar seus corpos definhados. Não me conformo em vê-los morrendo enquanto alguns de nós compram carros, celulares de última geração e ainda ousam dizer que amam missões.
Não me conformo principalmente com uma atitude indiferente de qualquer que leia este artigo e não pare pelo menos para pensar e orar um pouco mais pelos bilhões que ainda não conhecem o Senhor e por todos aqueles que já O conhecem, mas agem como se não O conhecessem.
Pastor Sid Ramos é missionário,
Lider de missões transculturais na IEAD em Santo Amaro/Belém/SP
e editor do Blog Missões06
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