domingo, 4 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher 2012

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Dia Internacional pela luta em defesa dos direitos da Mulher
João Cruzué

O mundo muda devagar. O reconhecimento dos mesmos direitos para gêneros diferentes tem evoluído mais nos últimos 90 anos que em qualquer outra época, principalmente no meio da sociedade cristã, que veio do judaísmo. Mesmo assim, a cultura preconceituosa latente da pouca valorização da mulher dentro dessa sociedade ainda tem muito o que melhorar.

No Brasil já não é mais estranho que uma mulher seja Prefeita, Governadora, Juíza, Ministra ou Presidente. Por outro lado, se for utilizar dados estatísticos para tabular de que sexo é a maioria dos bebês que são abortados e abandonados pelas próprias mães, você e eu já sabemos a resposta: É do sexo feminino. É o que eu chamei de cultura preconceituosa latente.

Na Índia existem programas  de políticas públicas do governo com o objetivo de estimular a mulher a continuar os estudos depois do casamento. Analisando de perto o problema, entendi que a preocupação é mais econômica do que de valorização. A Economia indiana perde trilhões de rúpias pelo falta de graduação das mulheres. Com menos estudos, elas ficam com menor potencial de produção e consumo - um tropeço formidável  em uma economia de escala global.

Na Arábia Saudita, o berço do Islã, onde fica a cidade sagrada de  Meca, casa de Mohamad, o  Profeta de Alah, a mulher é tão inferior ao homem que ainda não tem o direito de dirigir um carro nas ruas,  coisa mais comum que acontece, por exemplo, na Cidade de São Paulo.

Por que a Inglaterra os Estados Unidos prosperaram tanto nos últimos 400 anos? Por que será que o Cristianismo cresceu mais que todas as religiões no mundo? Minha resposta ainda não tem base científica, pois não tive tempo para pesquisas, mas minha intuição me diz que isso foi devido a aceitação crescente da mulher como ser inteligente e do seu papeç na sociedade como ser mais sensível, solidário, responsável e comunicativo em comparação com os homens. Isto teve, sim,  grande influência econômica.

Agora vamos falar de liderança eclesiástica feminina na Igreja evangélica brasileira. Durante 16 anos frequentei as reuniões de obreiros na Igreja Assembleia de Deus em São Paulo. período de 1988 a 2004, tanto no ministério de Madureira quanto na "Missão". Era apenas um "clube do Bolinha" onde nenhuma mulher punha os pés - nem a esposa do Pastor. De sete anos para cá mudou. Melhorou. Tornou-se  rotina onde obreiros (oficiais), suas esposas e líderes femininos se fazem presentes, naturalmente, seguindo o costume do que já acontece lá fora há décadas.

Será que a Igreja Evangélica atual esta errando ao outorgar ministério a suas mulheres? Literalmente, sim. Mas biblicamente, não. Deus colocou um sacerdócio provisório nas mãos da tribo de Levi. Mas o sacerdócio definitivo estava com o Messias, que era da tribo de Judá. 

O livro de Hebreus trouxe uma mensagem revolucionária demais, para os dias que foi escrito. Registra uma mudança radical em que o Testamento, onde a expiação dos pecados era feita pelo sangue de bodes e cordeiros, tinha passado e caducado porque o sangue do Cristo inocente, derramado na cruz do Calvário, alcançou o status de sacrifício definitivo e eterno. A aceitação desta mudança não foi coisa de dias nem de anos; até hoje há judeus que não aceitam Jesus como o Messias profetizado.

Lembro  também  quanto foi a traumática experiência de Paulo para poder enxergar o Cristo que estava combatendo entre seguidores da Igreja recém-nascida.

Jesus tinha uma cultura particular para tratar com as mulheres. Nas muitas vezes que o vemos na Bíblia dialogando com a mulher samaritana, a viúva de Nain, a mulher do fluxo de sangue, a mulher encurvada, a mulher adúltera, a ex-prostituta  lhe enxugando os pés na casa do fariseu Simão, Maria Madalena, Marta e Maria irmãs de Lázaro, a mulher sirofenícia e destino de sua mãe aos cuidados do evangelista João, dispensam comentários e mostram por isso que Jesus era muito diferente da cultura machista de sua época.

A crescente aceitação e valorização da mulher no mundo cristão ao longo dos séculos vem, ou pelo menos deve vir, da forma com que Cristo olhava para as mulheres: Como seres humanos iguais e não inferiores aos homens. É isto que penso.

Mulheres e o aborto. Vejo, principalmente, os líderes políticos de influência ateu-marxista tomarem a iniciativa de propor e lutar por leis que descriminalizam o aborto e defendem o casamento gay em nome da modernidade. Pessoalmente, do ponto de vista cristão, acho que estas medidas de suposta proteção feminina esconde um grande sofisma e na verdade é prejudicial às próprias mulheres.  Explico: Se o aborto se tornar legal no Brasil, ele também vai aumentar a banalização da vida. Nos países onde isso é permitido (Japão, por exemplo) nos pré-natais alguns médicos induzem descaradamente as pacientes pobres e fragilizadas a abortarem.  E nesta decisão pesa muito se o feto for do sexo feminino. Quanto mais clientes de aborto ele conseguir, mais dinheiro vai entrar na sua conta bancária.

Uma lei de interesse predominantemente ateu-marxista que paradoxalmente vai incrementar o mundo médico-capitalista.

A violência contra a mulher está longe de ser resolvida no Brasil. A prostituição infantil aumenta insidiosamente. As delegacias da mulher espalhadas pelo país ainda não são institutos fortes. Os estupros praticados por pais, padrastos, avôs e, pasmem, bisavôs ainda continuam escondidos (e tolerados) debaixo do tapete. E estas coisas acontecem muito porque falta uma consciência cristã dentro dos lares. É preciso de uma mudança endógena, de dentro da fora, feita preventivamente, principalmente nos sermões da Igreja. É contra uma cultura milenar de desvalorização feminina que temos que lutar.

A mulher cresce e se potencializa econômica, social, sentimental e profissionalmente quando a família dá lugar para o Cristo que bate à porta.

Que venham dias melhores. Eu estou orando e torcendo por isso.

Salve  08 de Março de 2012, o Dia Internacional da  Mulher




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