terça-feira, 23 de agosto de 2011

ENTRE DOIS VALORES - As facilidades dos novos meios de comunicação versus o contato pessoal



"Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel" 1 Timóteo 5:8.



Eu me lembro do tempo que a telefonia era absurdamente cara e adquirida como bem e não como serviço. Há cerca de vinte anos, pelo menos, ter uma linha telefônica era simplesmente um luxo! Os mais abastados tinham e podia-se avaliar a classe social de um morador pela instalação de um plug telefônico no poste de sua residência.

Os anos se passaram e a telefonia foi se desenvolvendo de forma triunfante, avassaladora e contagiante. Até as crianças, na mais tenra idade, são detentoras de um aparelho moderníssimo de última geração de telefonia móvel. A desculpa de muitos pais é sempre a mesma: “saber onde os filhos estão”.

Mas, isto não significa estar “de olho” nos pirralhos, porque a bem da verdade nunca se perdeu tanto de vista a localização dos filhos. Os pais não sabem onde eles estão, com quem eles andam, quem são seus amigos e se quer sabem o que eles estão fazendo. O resultado não poderia ser diferente: bebedeira, promiscuidade, envolvimento com drogas e comportamento duvidoso, para não dizer orientação sexual deturpada, sim, porque perderam a “conexão” com a família.

Afinal, o que deveria ajudar tem permitido a destruição. O bom uso das coisas as faz durar mais, serem benéficas e satisfatórias. Por exemplo, a diferença entre o veneno e o remédio está na dose! Ou seja, o que pode ser bom pode se tornar pernicioso, fatal.

Muitas outras coisas foram se perdendo com o ligeiro avanço tecnológico. As pessoas trocaram o prazer simbiótico da convivência relacional pelo ostracismo emburrecedor do manuseio mecanicista. Não que eu tenha alguma coisa contra os meios mais sofisticados de comunicação, a propósito, eu nem sei se conseguiria viver sem as suas facilidades, alcance, velocidade e surpreendente exatidão na transposição e transmissão de dados. Porém, estamos falando dos exageros, da permissividade e do descuido da pessoa enquanto carente de atenção.

O que ressalto aqui não deve presumir que devamos nos abster das benesses da tecnologia, que por sinal são extraordinariamente eficazes e recomendáveis, mas que não devemos prescindir as velhas práticas do exercício da comunicação e relacionamentos interpessoais; o convívio prazeroso com a família; como o almoço aos domingos ou o encontro com os amigos na happy hour.

É preciso resgatar aquilo que nos torna próximos dos filhos, não para que os tornemos cativos, mas para que possamos oferecer nosso incondicional apoio quando algo der errado.
A telefonia móvel é sem sombra de dúvida excelente, todavia um bom conselho paterno/materno possui um valor inestimável, impagável e seguramente reconfortante nos momentos de crise.
Saibamos, pois, usar as coisas com o seu devido valor sem nos esquecermos do mérito de uma vida!

Que Deus nos abençoe.

Elisabete PereiraMissionária Capelã 


www.twitter.com/elisabete86

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