segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Sobre uma foto de uma rua em Maputo, Moçambique

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Conheço e não conheço este lugar (e tal contradição, que não é um simples déjà vu, me exaspera, mas me falta aparato verbal, nomenclaturas, para defini-la, circunscrevê-la em palavras). Um simples olhar me faz amar este lugar. Por quê?

Você já viu alguma foto de um lugar desconhecido, foto que lhe causasse aquele tipo especial de saudade melancólica, como se você conhecesse (ou inapelavelmente devesse conhecer, pois não falo de reles 'lembrança') o lugar, como se ele fosse também – seu?

Sinto isso algumas vezes. Sinto-me assim em relação a algumas fotos do mestre Cartier-Bresson, por exemplo. Claro, o cérebro associa a referida imagem a algumas outras lembranças/imagens aprazíveis, que não podemos facilmente identificar. Mas há algo mais por trás disso, algo além da saudade melancólica e do déjà vu – o quê? O leitor experimentado lembrar-se-á porventura do conceito de incosnciente coletivo de Jung (que seria uma  espécie de antropo-hiperlink?). Idéia belíssima, mas belíssima falácia, como muito das idéias de seu amigo (e depois adversário) Freud...

Por isso amo a Fotografia – um vídeo, um filme (não posso precisar o porque) não pode me levar a este tipo de paixão, esta transcendência silenciosa, diria mesmo muda, de tão, tão poética.


Sammis Reachers, via Azul Caudal

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