sábado, 9 de outubro de 2010

Quando o voto é uma oração

André Filipe, Aefe!
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Na semana passada, li a respeito de um dos candidatos a deputado estadual que me deixou emocionado. Até onde eu sei, ele não é cristão, e seu partido é de extrema esquerda, mas “as suas obras(i)”, e sobretudo a sua renúncia apontam para uma vocação política de quem tem fome de justiça.

Em seu mandato, ele presidiu a CPI das Milícias do Rio de Janeiro e mexeu corajosamente em um vespeiro mafioso. Identificou mais de 1000 pessoas ligadas a máfia, e indiciou mais de 200 criminosos. Isso foi no Rio de Janeiro, onde ele mora. Desde então, ele recebe ameaças e já frustrou pelo menos 4 tentativas efetivas de assassinato. Hoje ele anda com seguranças, toda a sua agenda e suas rotas devem ser planejadas e ele tem uma filha pequena.

Não é um candidato famoso: chegou à Assembléia pelo quociente eleitoral de seu partido, porém esta não é uma possibilidade para estas eleições. Atualmente, é impedido de fazer campanha no Rio, dominado pela máfia: “O preço do cadáver de um deputado é muito mais alto do que o de um professor de história”(ii) disse o delegado da polícia civil responsável pela segurança do político.

É com políticos vocacionados como esses que nossa nação, grande, complicada, chegou ao nível democrático e de desenvolvimento atual. Há muito ainda o que fazer, com certeza, e isto será feito pela voz de deputados estaduais, federais, senadores e governantes vocacionados, que serão vitoriosos através dos nossos dedos nas urnas.


A Palavra de Deus nos mostra que “Todos devem sujeitar-se às autoridades governamentais, pois não há autoridade que não venha de Deus; as autoridades que existem foram por ele estabelecidas” (Rm.13.1), isto também significa a forma como Deus governa este mundo não é através da anarquia, mas também através de autoridades, nas mais diversas instituições da sociedade, seja no Estado, na família, na igreja etc. Esta autoridade pode até ser usada contra o povo de Deus, como Nabucodonosor (Jr. 25.8-9) e o vários reis de Israel e Judá, e para benefício do povo de Deus, mesmo através de um rei pagão, como Ciro (Is.45.1).

O modelo democrático de instituição de poder, além do mais, valoriza a ideia de que toda centralização de poder é ruim, já que “não há um justo” (Rm.3.10), e a maneira com a qual seu povo participa deste governo é através da oração, como diz 1ª Tm.2.1-3, ou da própria vocação política, quando instituídos por Deus.

É por isso que o voto deve ser precedido, e até encarado ele mesmo como uma oração. Ao digitar os números de nossos candidatos, estamos diante de Deus intercedendo por eles; nossos dedos e joelhos devem tremer diante desta responsabilidade do voto, pois estão em jogo a paz e a justiça do povo.
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i Confira elas aqui: http://www.marcelofreixo.com.br/site/acao.php
ii Confira a reportagem em: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100919/not_imp612121,0.php

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