sexta-feira, 9 de julho de 2010

O antissemitismo é problema nosso

(Duas grandes suásticas e "Hiel Hitler" foram encontradas pintadas na parte externa do muro da sinagoga Beit Jacob em Santos - SP, Brasil. 24 de Abril de 2010)

(Ministro francês Brice Nortefeux anda perto de túmulo depredado por vândalos com a suástica Nazista e o slogan "Judeus Fora" no cemitério judeu de Cronenbour, perto de Strasbour, França. 28 de Janeiro de 2010.)


Essa questão interessa diretamente a todos nós; somos todos responsáveis pelo judeu porque o antissemitismo conduz diretamente ao nacional-socialismo. E, se não respeitarmos a pessoa do israelita, quem nos respeitará? Se estamos cientes desses perigos, se vivemos na vergonha de nossa cumplicidade involuntária com os antissemitas, a qual nos transformou em carrascos, talvez comecemos a entender que é preciso lutar pelo judeu tanto quanto por nós mesmos.
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Richard Wright, o escritor negro, declarou recentemente: “Não existe problema negro nos Estados Unidos, existe apenas um problema branco”. Da mesma forma, diremos que o antissemitismo não é um problema judaico — é nosso problema. Já que somos culpados e corremos o risco de também sermos vítimas, seria preciso sermos bem cegos para não vermos que o antissemitismo é essencialmente problema nosso. Cabe primeiramente a nós, e não aos judeus, formar uma liga que milite contra o antissemitismo.
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A causa dos israelitas já estará quase ganha se seus amigos arranjarem para defendê-los um pouco da paixão e da perseverança que seus inimigos usam para desgraçá-los. A fim de despertar tal paixão não se deve apelar para a generosidade dos arianos — mesmo no melhor deles, essa virtude é intermitente. Mas conviria mostrar a cada ariano que o destino dos judeus é o destino dele. Nenhum francês será livre enquanto os judeus não alcançarem a plenitude de seus direitos. Nenhum francês estará em segurança enquanto um judeu, na França e no mundo inteiro, puder temer pela própria vida.

Jean-Paul Sartre, Réflexions sur la question juive, 1946

Um comentário:

Anônimo disse...

Causa-me estranheza que ainda haja inúmeras pessoas que apoiem a idéias mazistas, muitos são jovens, bem instruidos, mas que esquecem ou não analisam bem a história, e se colocam do lado de pessoas que apóiam a violência gratuita, ou por ciúme da maneira de viver dos Judeus, ou por não ter sentido sua existência mediocre.

Graça e Paz!