quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Palavras chave para a igreja de nossos dias - Parte I

Créditos da imagem: www.mensagensvirtuais.com.br

Perdão

Voltamos a este assunto muitas vezes ao longo de nossos textos, mas a cada dia sentimos que é imprescindível fazermos isto. Não apenas devemos buscar o perdão diante de Deus (I Jo 2:1), mas crer que todos os pecados foram apagados (Cl 2:14). Nesta última referência, o mestre William Barclay, nos ensina que havia duas palavras para cancelar ou riscar em grego. Uma era chiazen, que consistia em apor um X, a letra chi, sobre um documento. Até hoje adotamos uma prática semelhante, dando dois riscos cruzados, que parecem a mesma letra. A outra palavra é ecsaleiphen, e consiste em apagar um papiro ou pergaminho, utilizando a técnica do palimpsesto. Deus não apenas cancelou nossas dívidas, de modo que alguém pudesse vê-las, mas apagou totalmente.

Crentes há que vivem martirizados por pecados cometidos, e há irmãos que buscam martirizar outros pelo que fizeram outrora no mundo. Muitas vezes é o próprio Diabo que se especializa em aproveitar a fragilidade do cristão, atrofiando a fé de alguém. Não podemos deixar de arcar com as conseqüências de nossos erros, como, por exemplo, doenças decorrentes de vícios, mas fomos totalmente perdoados por Jesus, de todos os pecados (Mq 7:18,19) dos quais faz questão de não lembrar mais (Is 43:2).

Devemos também perdoar os nossos irmãos, em qualquer coisa que tenham feito e esquecer seus erros. É uma atitude difícil de ser tomada, pois somos egoístas, mas é um gesto bíblico ao qual Deus atenta sobremaneira. Muitos de nós não compreende passagens profundas como o perdão diante da oferta, que se torna rejeitada por Deus se insistirmos em fazê-lo com inimizade (Mt 5:23,24). Se Deus não aceita uma oferta de alguém que está intrigado com seu irmão, imagine receber tal pessoa no Céu? E olha que a recomendação foi para o caso de sabermos que alguém tem algo contra nós... Portanto, raízes de amargura semeadas pelo Inimigo e regadas por nós, tornam-se armas poderosas para desviar-nos das bênçãos de Deus (Hb 12:14,15), opondo irmãos entre si. Jesus afirmou, certa vez, que um reino dividido não pode prosperar (Lc 11:17).

A blogosfera, por vezes, manifesta este comportamento contraditório, aonde as pessoas classificam e denominam umas às outras, por um simples ponto de vista diferente. Infelizmente, aqui é um lugar aonde o ódio e a inimizade encontram um terreno fértil. Eles crescem diante da impessoalidade intríseca da web. Mas Deus não faz distinção entre real e virtual, especialmente no que tange à nossa espiritualidade.

É preciso compreender que o perdão traz consciência tranqüila diante de Deus e do próximo. E uma expectativa de vida saudável. Já há inúmeros estudos médicos comprovando que pessoas que cultivam ódio e inimizade afetam seu bem estar físico e emocional. A probabilidade de tais pessoas desenvolver quadros de infarto, depressão, hipertensão, transtorno obsessivo e/ou compulsivo, aumenta diante de tal comportamento.

Quem não gosta de mim por minhas posições sinta-se perdoado. E se alguém se sentiu ofendido por minhas colocações, sinceramente: Perdoe-me!

Bibliografia
Palavras Chave do Novo Testamento, William Barclay, 1985 - Edições Vida Nova

Publicado originalmente em Reflexões Sobre Quase Tudo!

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