terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma nova Aliança Evangélica?

José Bernardo Entrevista com o miss. José Bernardo, líder da AMME Evangelizar, sobre o possível restabelecimento da Aliança Evangélica Brasileira.

O esforço mediado destacadamente por Valdir Steuernagel, Oswaldo Prado e Ariovaldo Ramos já conta com o apoio de vários líderes evangélicos e planeja-se uma nova reunião para o dia 14/12/2009.

José Bernardo pensa que merece um voto de esperança, vendo que o amor é mandamento inegociável.

O que motivou a participação da AMME Evangelizar na reunião sobre a possível restauração da Aliança Evangélica Brasileira?


A AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras) da qual a AMME é associada, na pessoa do nosso presidente – Silas Tostes, ajudou a promover esta reunião. Participamos por entender que a obra missionária pode ganhar com uma maior comunhão e unidade entre os cristãos evangélicos.

Como está se desenvolvendo a proposta para união dos evangélicos?

Neste momento, destacam-se três líderes evangélicos, muito queridos da Igreja e respeitados por sua militância na missão da Igreja, que participaram da antiga AEVB e entendem que é tempo de fazer um esforço neste sentido novamente: Valdir Steuernagel da Visão Mundial, Oswaldo Prado da Sepal e Ariovaldo Ramos da Igreja Batista da Água Branca. A reunião deste último dia 23 de outubro foi uma preparação para uma reunião mais ampla no dia 14 de dezembro, quando deve ser discutida uma proposta de carta de princípios que vai orientar a nova aliança e também será marcada uma futura assembleia de instalação.

Levando em conta a diversidade da Igreja Evangélica Brasileira, o que torna viável esta proposta de união dos evangélicos?

Primeiro, não podemos nos queixar da diversidade da Igreja Evangélica, isso é uma virtude. Obviamente toda virtude em excesso é um pecado, mas não podemos aceitar a ideia político centralizadora de Igreja que tem os romanistas. Ficamos livres do papismo e das tradições de influência pagã para seguir apenas a Palavra de Deus. Ficaremos firmes na liberdade que adquirimos, e isso custa o esforço de vencer a carne e amar. Nesse contexto, a proposta de organizar a nova AEVB como uma rede social é decisiva para tornar a proposta viável e produtiva.

De que maneira a proposta de união dos evangélicos pretende manter as igrejas evangélicas convivendo em maior unidade?

A ideia é manter a rede social. As redes sociais não seguem o padrão organizacional de uma pirâmide com um chefe no topo e muitos níveis de subordinados abaixo. As redes sociais são um ambiente de relacionamentos entre organismos, em que todos têm o mesmo nível e se relacionam conforme sua disponibilidade e necessidade. O modelo de redes sociais tem maior possibilidade de produzir comunhão e unidade do que o modelo usado antes pela AEVB, porque é um ambiente de troca, onde a igreja terá a vantagem de compartilhar o que tem de melhor e a vantagem de receber aquilo que lhe falta. Sobretudo, na experiência da AMME e em minha opinião, a rede social preserva a identidade vocacional de cada participante. Nenhuma uniformização será exigida. A liberdade bíblica será garantida.

Qual a garantia de que a nova AEVB não será usada para as conveniências da política partidária ou para endossar uma agenda que não reflita o pensamento bíblico?

A primeira garantia nesse modelo de relacionamento é a carta de princípios. Ela dirá o que qualquer igreja pode esperar da Aliança ou não. Cada igreja decidirá sua participação a partir dessa carta. A segunda garantia é o benefício. Cada igreja só participará na medida em que a Aliança efetivamente a beneficiar – produzir algo menos do que benefício, desautorizará e desconstituirá naturalmente a rede social. A terceira garantia é a participação equalitária – ninguém mandará em ninguém. Além de opinar igualmente, cada participante, com sua identidade preservada, fala na rede e fora dela também. A sociedade não ouvirá a voz única de um vigário, mas uma tendência do conjunto da rede, inclusive com suas vertentes. Creio que essas três garantias nos animam a, no mínimo, dar um voto de esperança a este esforço nobre, pelo cumprimento do supremo mandamento bíblico de amar.

Por que a AMME Evangelizar resolveu participar da discussão deste tema?

A mensagem fundamental do Evangelho que pregamos é o amor; O amor tão grande de Deus por nós que o levou a dar seu filho unigênito para que nós tivéssemos uma nova vida no lugar da que o pecado já havia nos tirado; O amor entre nós, certificado de nossa identidade como verdadeiros representantes de Cristo; O amor pelos outros, que nos leva a anunciar-lhes o Evangelho da salvação. Se a Igreja não vive este amor fundamental na mensagem cristã, não tem autoridade para evangelizar. Seja em uma nova AEVB, seja nos Conselhos de Pastores, seja nos eventos de confraternização promovidos por cada igreja, devemos atender às oportunidades de exercitar o amor, sabendo que é fundamento da evangelização. Ajudar a Igreja a andar em amor, é ajudar a Igreja a cumprir sua tarefa de evangelizar. Por isso a AMME está acompanhando este esforço pela nova AEVB com interesse.

Fonte: http://www.evangelizabrasil.com

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