

Em 1956, a Associção Internacional de Lingüística SIL Brasil, composta por missionários evangélicos, veio trabalhar no Brasil e, junto com Mattoso Câmara Jr., incrementou a disciplina Lingüística no país. Em dezembro de 1962, a Lingüística passou a ser obrigatória nos programas de Letras.
Daí um ínclito professor, sem dúvida o maior conhecedor brasileiro de línguas ameríndias, expressou que a Lingüística no Brasil podia ser dividida em dois momentos: antes e depois da chegada da SIL. De fato, alguns membros da SIL estiveram entre os primeiros professores de Lingüística em algumas universidades nacionais, como John Taylor, Loraine Bridgeman, Ivan Lowe e Carl Harrison.
Apesar da forte ligação com instituições acadêmicas, já em 1958, através de Ursula Wieseman, a SIL ofereceu um primeiro curso de Lingüística para missionários, no Instituto Peniel, da Missão Novas Tribos do Brasil. Entre os alunos estavam o Pr. Rinaldo de Mattos, um dos principais fundadores da ALEM, e Pr. Gunter Carlos Kruger, da Junta Missionária da Convenção Batista Brasileira e tradutor do Novo Testamento Xerente.
Em 1973, a SIL passou a ministrar regularmente o Curso de Metodologia Lingüística (CML), até o ano de 1982 – quando anunciou que cessaria suas atividades docentes por motivos diversos, incluindo falta de convênio com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI).
Foi aí que a ALEM, em 1982, foi organizada, tendo como um de seus objetivos centrais a continuação do curso, então, oferecido pela SIL. A fim de caracterizá-lo como evangélico, mudou-se seu título de CML para CLM: Curso de Lingüística e Missiologia. Dessa forma, desde 1983, portanto há um quarto de século, a ALEM, ainda com a participação ativa da SIL, vem ofertando o CLM a missionários, lingüistas, indigenistas, pedagogos, estudandes em geral, pessoas de origem nacional e internacional, de diferentes credos, raça, cor e religião. Discentes de graduação, mestrado e doutorado, por razões diversificadas, fizeram igualmente o CLM. Além disso, alguns indígenas também estudaram ou estão estudando no CLM.
Assim, a contribuição que Deus tem permitido o CLM dar aos que desenvolvem atividades transculturais ao redor do mundo, ou mesmo entre sua própria etnia, é incomensurável. “Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis, e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”. (1 Co 15.58)
Isaac Costa de Souza
(Professor do CML/CLM desde 1981)
De: “ALEM em notícias, Junho 2008”
Fonte: Missão ALEM - http://www.missaoalem.org.br
Um comentário:
Quando vi as notícias sobre pedofilia praticada por missionário da Missão Novas Tribos, lembrei que já havia lido uma associação desta com o famigerado SIL, cujas práticas horripilantes estão muito bem descritas nas 1000 páginas de "Seja Feita a Vossa Vontade - Amazônia, Rockfeller e o Evangelismo na Idade do Petróleo, de Gerard Colby e Charlotte Dennett. Não pensem que esta fachada de bons moços cristãos engana. Muitos brasileiros sabem bastante bem "o que vocês fizeram nos verões passados". E continuam fazendo.
Postar um comentário