quarta-feira, 8 de abril de 2009

Kaddish por meu filho Absalão

Quem me dera que eu morrera / Por ti, Absalão.
Rei David


Na alta abóbada de uma árvore
o teu cabelo chamou a morte
A tua efémera beleza
emaranhada no lugar dos ramos
como frágil presa
Um corpo sonâmbulo colhido como um fruto
como um pássaro nocturno
onde a morte depositou os dardos
Meu filho, Absalão, meu filho
ai o teu coração sozinho, permeável
ao vento sob a árvore.

J.T.Parreira

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