Que criança regressa agora
a Belém para nascer? Hoje,
há um avião que bate
nos arcanos do tempo,
um carro de combate que regula
a pontaria onde começa o homem, uma casa
fechada atrás de sulcos
na parede, há novelos farpados de arame
para enredar os pés, e as estrelas
procuram-se com olhos cabisbaixos.
Hoje que criança transgride
o recolher obrigatório?
E vem nascer em Belém
num leito onde deitam a boca
os animais
e o silêncio das línguas?
poema de J.T.Parreira
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