O relatório Aborto e Saúde Pública aponta que quanto maior a renda e a escolaridade, maiores as chances de a primeira gravidez resultar em aborto entre mulheres de 18 a 24 anos. O estudo reuniu resultados de mais de duas mil pesquisas sobre o tema realizadas no Brasil nos últimos 20 anos.
Segundo a antropóloga Débora Diniz, uma das coordenadoras do relatório, dados obtidos a partir da pesquisa Gravidez na Adolescência, feita em Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro com financiamento da Fundação Ford, em 2003, mostram que a opção pelo aborto não tem relação direta com a pobreza.
"Não há correlação imediata de que a pobreza é o que leva à decisão pelo aborto. São decisões sobre planejamento reprodutivo, concepções de família, concepções de vida, de inserção no mundo do trabalho, que levam as mulheres a essa tomada de decisão", avaliou.
Para Diniz, a pesquisa que abordou fatores associados ao aborto como desfecho da primeira gestação é uma das mais importantes do cenário brasileiro sobre o tema, tanto pelos resultados apresentados quanto pela metodologia utilizada que contemplou consultas domiciliares.
Segundo ela, embora o foco geral do estudo tenha sido a adolescência, os resultados se aplicam às mulheres de uma maneira geral, já que incluem a faixa etária até 24 anos.
Fonte: Blog Holofote
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N. E. - Assim, cai por terra o discurso (defendido por muitos 'entendidos') de que a opção pelo aborto tem relação direta com a pobreza.
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