sábado, 2 de abril de 2011

O Poema Sem Fim: dois trechos


sobrevoo o poema
e noto os moinhos de vento
em seu relevo
e feitorias, ruas de adultérios, c(omplex)idades
e todo o cortejo que acompanha a fauna
(perdoe-me, Senhor, mas todos os dias vejo-os
latirem e rugirem, e os acompanho) humana,
e todo o enfado (poetas morrem de enfado, leitor. Só pra constar.)

É isto o poema:
um moinho-de-tempo
a um tempo amortecedor, dispersor e fabulário
de minhas horas-dores
03/03/2011

Queria então criar cabras
e ter uma grande chácara
para todas as minhas fruteiras

e liberar-me num golpe, num lancinante golpe
(oh terríveis desenhos japoneses, como eu adoro golpear!)
de todos esses petropigmentos
que o asfalto impinge
e rodotormentos, ciberfestins de Belsazar,
ah

um lugar no ermo
onde eu pudesse realizar
o máximo ritual de transcendência desta Er@:
me  
 d  e   s    c    o      n       e       c         t          a           r

14/03/2011

Nenhum comentário: