terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vão-se os amigos, mas a piada, ah...

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Dois leões fugiram do Jardim Zoológico...
 
Na fuga, cada um tomou um rumo diferente. Um dos leões foi para as matas e o outro foi para o centro da cidade. Procuraram os leões por todo o lado, mas ninguém os encontrou.
Depois de um mês, para surpresa geral, o leão que voltou foi justamente o que fugira para as matas. Voltou magro, faminto, alquebrado. Assim, o leão foi reconduzido a sua jaula.
Passaram-se oito meses e ninguém mais se lembrou do leão que fugira para o centro da cidade, quando um dia, o bicho foi recapturado. E voltou ao Jardim Zoológico gordo, sadio, vendendo saúde.
Mal ficaram juntos de novo, o leão que fugira para a floresta perguntou ao colega:
- Como é que conseguiste ficar na cidade esse tempo todo e ainda voltar com saúde? Eu, que fugi para para a mata, tive que voltar, porque quase não encontrava o que comer...
O outro leão então explicou:
- Enchi-me de coragem e fui esconder-me numa repartição pública. Cada dia comia um funcionário e ninguém dava por falta dele.
- E por que voltaste então para cá? Tinham acabado os funcionários?
- Nada disso. Funcionário público é coisa que nunca se acaba. É que eu cometi um erro gravíssimo. Tinha comido o diretor geral, dois superintendentes, cinco adjuntos, três coordenadores, dez assessores, doze chefes de seção, quinze chefes de divisão, várias secretárias, dezenas de funcionários e ninguém deu por falta deles! Mas, no dia em que eu comi o que servia o cafezinho... Estraguei tudo!!!
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Conheço funcionários da Câmara de Vereadores de Niterói que praticamente nunca apareceram por lá, mas recebem religiosamente a anos, e todo domingo rola churrasco e cervejal no quintal...
Sexta agora fui parar num pronto-atendimento aqui perto de casa, com inflamação na garganta, às 5:00 h da manhã. O serviço é 24h. Tive de encontrar a faxineira (que estava acordada, e é terceirizada), para ela acordar o atendente, que acordou o médico, que acordou a enfermeira. E não é piada. Fosse outro, poderia ter surrupiado, entre outras coisas, até uma prosaica televisão que estava por lá, marcando bobeira. E que foi comprada com o meu e com o seu dinheiro.
A alguns anos, ao adentrar no mesmo posto, também miseravelmente de madrugada, encontrei um casal de atendentes abraçados e deitados atrás do balcão de atendimento. Também não é piada, embora eu me sinta um palhaço.
Querem que eu continue com a ladainha? Professores e diretores que levavam pacotres de merenda do colégio para casa, no Ginásio onde 'aprendi'... Exemplos vividos, não ouvidos - coisa miúda, arraia-miúda de subúrbio do Grande Rio... E quanto mais se sobre, pior, até chegarmos em Brasília, mãe das iniquidades da (nossa?) terra.

Antes de me converter eu era anarquista, e sonhava com um mundo sem estados (adivinha por que). Hoje eu só sonho com a Jerusalém Eterna, tenho um nariz vermelho e de resto não sei mais de nada!

E falando mais sério ainda: era só acabar com a estabilidade que metade + 40% dos problemas seriam resolvidos.  Mas vai falar nisso, vai mexer nos áureos 'direitos adquiridos'. Melhor roubar televisores.

Sammis

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