Ser
espírito, esta é a glória invisível do ser humano. Quando então o aflito lá
fora no campo fica parado, cercado de todas as testemunhas, quando cada uma das
flores lhe diz: lembra-te de Deus! aí o homem responde: Já vou fazê-lo, minhas
criancinhas, vou adorá-Lo, isto vocês, coitadinhas, não podem. Aquele que paira
de pé é portanto um adorador. O andar ereto era a distinção, mas o poder
prostrar-se adorando é contudo o mais glorioso; e toda a natureza é como este
grande serviço que lembra ao homem, ao dominador, de adorar a Deus. É isto que
se espera, não que o homem venha e assuma o domínio, que também é glorioso e
lhe está atribuído, mas que ele adorando deva louvar o Criador, o que a
natureza não faz, pois esta só pode lembrá-lo de fazer isto. É glorioso estar
vestido como o lírio; mais glorioso ainda é ser o dominador que paira de pé;
mas o mais glorioso de tudo é nada ser, ao adorar.
Soren
Kierkegaard, in Discursos edificantes em diversos espíritos
Nenhum comentário:
Postar um comentário