A CURA DA ANGÚSTIA NO CONHECIMENTO DE TUDO
Há uma angústia primal, mãe ou madrasta da filosofia:
Vivenciamos o mistério da vida, mas entendemos, amargamente, que ele não é para
nós, e que apenas dele fazemos parte, apenas o bordejamos em nossa rápida
apresentação ou passagem. Somos personagens numa hipernarrativa. Por isso o
desejo expresso por muitas crenças, bem como pelo cristianismo, de nos
reunirmos um dia ao Criador da narrativa.
A Bíblia diz, em 1 Coríntios 13, que “hoje vemos [a Deus e a
todas as coisas] num espelho, como por enigmas; mas então [quando a Ele nos
reunirmos] veremos [a Deus e a todas as coisas] face a face; hoje conheço em
parte [a Deus e a todas as coisas], mas então [quando da re-união] conhecerei
como sou conhecido [conhecido por Deus, aquele que teceu o palco e estabeleceu
cada linha narrativa]. A teologia não costuma falar sobre isso, mas a Bíblia
afirma que teremos o conhecimento total. Como seres sencientes, de vidas e
sociedades construídas sobre o saber, essa é a maior promessa a nós dispensada,
depois da salvação-para-a-eternidade de nossas almas.
Manquejamos como míopes, feridos que fomos e somos em nossa
própria liberdade; mas, mesmo trôpegos, amparados no personagem central da
hipernarrativa, Cristo Jesus, rumamos a um destino glorioso, onde todos os porquês
se tornarão amém.
Esse mesmo 1 Coríntios 13, nada mais nada menos que o mais
belo de todos os capítulos bíblicos, arremata com as chaves-mestras para que
cumpramos nosso trecho da narrativa, e saibamos – aqui e agora – qual o seu
tema inicial e final, seu leit motiv, a razão axial que sustenta todo o
edifício de tudo: O amor.
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes
três; mas o maior destes é o amor.”
Sammis Reachers
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