O homem não-regenerado é duplamente perseguido! Primeiro, ele sente a eternidade, em direção à qual se move - partícula finita que é - como alguém estranhamente destinado. A seguir, descobre gravada em seu próprio coração uma lei que o condena a não atingir o seu destino eterno!
Não é de admirar que Paulo tenha escrito em outro ponto: “ Ai de mim se não pregar o evangelho” (1 Co 9.16). Nada mais pode dar fim a esta dupla perseguição do homem!
Aqueles dentre nós que estudaram as jornadas do apóstolo ainda mais profundamente no domínio gentio, descobriram que a sua observação cumpriu-se de maneiras que ele mesmo talvez jamais tivesse julgado possíveis. Por exemplo: Uma das exigências da lei mosaica era um estranho rito anual envolvendo dois bodes machos. Ambos os bodes eram primeiro apresentados ao Senhor (Lv 16.7). A seguir, o sumo sacerdote hebreu tirava sortes para escolher um dos bodes como oferta sacrificial. Depois disso, ele matava o bode escolhido e aspergia seu sangue sobre o “ propiciatório” (Lv 16.15).
O que acontecia ao outro bode?
O sumo sacerdote impunha as mãos sobre a cabeça dele, depois confessava os pecados do povo, colocando-os simbolicamente sobre o segundo bode. Uma pessoa indicada para a tarefa levava então o mesmo para longe do povo e o soltava no deserto. Uma vez que o “ bode emissário” desaparecia de vista, o povo hebreu começava a louvar a Javé pela remoção de seus pecados.
Quando João Batista apontou para Jesus e disse: “ Eis o Cordeiro de Deus, cue tira o pecado do mundo!” (Jo 1.29), ele identificou Jesus Cristo como o cumprimento perfeito e pessoal do simbolismo hebreu do bode expiatório. Eram necessários dois animais para representar o que Cristo iria realizar sozinho quando morresse pelos nossos pecados. Não satisfeito em simplesmente expiar nossos pecados, Ele também removeria a própria presença dos mesmos!
Trecho do livro O Fator Melquisedeque (Editora Vida Nova).
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