"Wir müssen wissen. Wir werden wissen." (Nós precisamos saber, e nós iremos saber). Essa frase lapidar (literalmente: está inscrita em sua lápide, na pacata Göttingen), do matemático alemão David Hilbert, encontra um sutil paralelo no (para mim revelador e perturbador) versículo bíblico: "A glória de Deus é ocultar certas coisas; tentar descobri-las é a glória dos reis." (Provérbios 25:2).
A própria Bíblia reconhece a sanha humana em busca do conhecimento; ainda que em outras passagens menospreze a sabedoria 'puramente' (pois seria isso possível?) humana, não deseja com isso negar a validade da busca por conhecimento e sabedoria, e mesmo como que valida e legaliza sua existência, como naquele que é (e uma vez mais esta é uma questão subjetiva, amigo leitor) para mim o mais significativo versículo bíblico, em relação aos meus anseios mais primevos, mais profundos de criança devoradora de enciclopédias: "Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido." (1 Coríntios 13:12).
Há quem anseie Paz eterna; outros, a eterna comunhão com Deus, ou simplesmente (e, incluindo os santos e os hipócritas, isto engloba a maioria de nós), safar-se do Inferno. Mas que significado teria tal comunhão com Deus se eu não pudesse ADENTRAR o mistério-Deus, se eu não pudesse USUFRUÍ-LO como convém? Como não cobiçar o objeto-mór da sede de conhecimento de que fomos (por Deus ou pela Queda, ainda não pude discernir) feitos plenos - o graal e o líquido no graal e a Mão que sustenta a mão que empunha o graal, o de tudo a fonte, o lugar-pra-onde-retornar (pois após o Big Bang não há de vir o Big Crunch?): Deus Absconditus, o Deus que se esconde ("Verdadeiramente tu és um Deus que se esconde, ó Deus e Salvador de Israel". - Isaías 45:15). Cuja glória imarcescível nos atiça a violentamente buscá-lo.
Sammis Reachers
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