(Annibale Carraci, 1560-1609)
Não
é qualquer uma. É uma mulher ao meio-dia
De
olhos no chão, equilibrando o cântaro
Frágil
Cada
lágrima que esconde
É
uma mulher que teve abraços
Beijos
na sua face morena, escondida
Em
silêncios
Não
é qualquer uma, é uma mulher
Que
conhece bem o seu rosto
No
espelho triste do fundo do poço
É
uma mulher ao meio-dia
Que
resiste, mesmo que isso a torne
Invisível,
para que outros não tenham sede.
2-03-2014
© João Tomaz Parreira
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