Judeu nas comemorações da Páscoa 2013 em Hebrom: " Louvado seja Deus em Israel" Fotografia:israelnationalnews |
Wilma Rejane
Israel vivia um período de grande prosperidade material. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres sendo oprimidos. O sistema judicial corrompido, luxuria e idolatria generalizados, contudo a nação acreditava que Deus os abençoava por conta da expansão no comércio, das alianças politicas e vitórias militares. Estavam enganados. A abundância dos celeiros, não representava a alegria de Deus. O sorriso da nação necessitava ser voltado para os céus, para as coisas espirituais e para Iavé, aquele que os amava tanto e de tal forma, que havia providenciado um profeta para entregar-lhes mensagem de arrependimento.
Era reinado de Uzias, um período que corresponde a 792-740 a. C (Judá) e Jeroboão II 793-753 a.C. (Israel). Judá e Israel precisavam ouvir, encontrar o caminho de volta ao relacionamento sincero e profundo com Deus, afinal aquelas nações haviam sido escolhidas para dizer ao mundo: "Ao Senhor Seu Deus adorarás e somente a Ele servirá". Como poderia o espelho do mundo, está tão manchado de sangue, obscurecido pelas trevas constantes que se apresentavam perante eles, conduzindo-os no secreto dos corações, nos lugares altos e baixos do relevo palestino? Eles precisavam ser feridos, para despertar da ilusão do pecado!
E Deus envia Amós, um boiadeiro e cultivador de sicômoros, para ser o farol, o portador de Sua mensagem. E os reis se aterrorizam com o agricultor que recusava título de profeta, mas cujas palavras cortavam qual navalha afiada:
"Foge daqui Amós, não profetizarás mais em Bétel, porque aqui é o santuário do rei" Amós 7:13.
E Amós responde: " Não sou profeta, nem filho de profeta, mas boiadeiro e cultivador de sicômoros" Amós 7:14.
E essa fala de Amós, sempre mexeu comigo, porque ao reconhecer sua pequenez, ele se torna grande. Que mensageiro era esse? Retirado de detrás do rebanho, das copas das figueiras bravas, mãos calejadas e vestes puídas? Vai Amós, para o palácio dos reis, diz para eles que precisam obedecer a mim, tal qual os bois de tua boiada. Sim, essa gente farta e forte, precisa de um condutor, precisa aprumar as passadas, antes que eu os entregue ao matadouro. Vai diz para esses nobres que eles não passam de figueira brava que só crescem e amadurecem ao serem feridos. Quanta profundidade nessa mensagem de Deus através de Amós!
As feridas dos Sicômoros.
Cultivador de sicômoros era Amós, o profeta também boiadeiro. Sicômoro é uma árvore de frutos semelhantes a figueira e folhas bem parecidas com parreiras. Podia ser encontrada em abundância pelas colinas de Israel:
"E fez o rei que em Jerusalém houvesse prata como pedras; e cedros em abundância como sicômoros que estão nas planícies." I Reis 10.27
Um aspecto interessante dessa figueira brava é que seus frutos precisam ser arranhados, cortados com algum instrumento pontiagudo para poderem crescer e amadurecer de modo que sirva para o consumo. "O risco ou furo nos figos verdoengos do sicômoro provoca um acentuado aumento na emanação do gás etileno, o que acelera consideravelmente (de três a oito vezes) o crescimento e o amadurecimento do fruto. Isto é importante, visto que de outro modo o fruto não se desenvolve plenamente e continua duro, ou é estragado por vespas parasíticas que penetram no fruto e habitam nele para reprodução."
Sicômoros maduros |
Essa mensagem, Amós estava entregando a Judá e Israel, a mensagem dos sicômoros. A nação precisava ser ferida em sua vaidade para se tornar saudável e agradável. Quanta autoridade, quanta autenticidade na fala de Amós para os homens errantes, miúdos, verdoengos, sujeitos a vespas e parasitas. E essa mensagem serve para todos nós! A correção dói, obedecer ao Evangelho pode ser sofrido, doloroso, mas produz saúde em nós, crescimento! Todos precisamos de freio, de arrependimento, de renunciar as propostas do mundo, que se fazem presentes nas multidões. Precisamos ficar a sós com Deus, buscar o silêncio contrastante aos numerosos passos humanos que seguem cegos os apelos desse século. Voltar, voltar a Deus, a cruz de Jesus!
Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os meus mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de vida e paz. Provérbios 3:1-2
Os sicômoros, lembremos deles. Em todo e qualquer tempo, porque Deus fala através do sofrimento, da dor e também da alegria (frutos saudáveis). É que Deus está em nosso cotidiano, a cada "risco" que nos faz derramar lágrimas, também crescer. Porque nada se conquista ou se perde sem aprendizado, mas que seja com Deus. Com gratidão, reverência, louvor. Com celeiros cheios ou vazios. Precisamos estar atentos, porque a prosperidade pode ser enganosa, mas a justiça de Deus é como o sol que jamais falha e ilumina os campos, após noites frias e escuras E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que tardio para com eles? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando porém vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra? Lucas 18:7-8.
Amós era a voz de Deus incomodando o pecado, riscando os figos, redirecionando os bois. E essa comparação não é insulto, porque o próprio Deus diz em Amós que muitas mulheres daquela época, estavam tais quais "vacas de Basã", só buscavam riqueza e fartura. Que assim não seja conosco. Mas que tal qual os figos cortados e machucados, sigamos firmes, nas pisaduras dAquele que sofreu em nosso lugar. A mensagem de Amós é atual e precisa ser ouvida por todos nós. Prosperidade nem sempre é sinal de benção, nem resultado de compromisso com Deus. Oprimir os pobres e satisfazer os desejos pecaminosos da mente e do corpo, desagradam profundamente a Deus. Que sejamos sensíveis a voz de Deus que nos fala através de coisas, por vezes, tão comuns, que tendemos a menosprezar. Deus trata o pecado de forma individual e também de forma coletiva: "Bendita é a nação, cujo Deus é o Senhor" Salmo 33:12. E uma nação abençoada se faz com pessoas que procuram obedecer a Deus.
Amós era a voz de Deus incomodando o pecado, riscando os figos, redirecionando os bois. E essa comparação não é insulto, porque o próprio Deus diz em Amós que muitas mulheres daquela época, estavam tais quais "vacas de Basã", só buscavam riqueza e fartura. Que assim não seja conosco. Mas que tal qual os figos cortados e machucados, sigamos firmes, nas pisaduras dAquele que sofreu em nosso lugar. A mensagem de Amós é atual e precisa ser ouvida por todos nós. Prosperidade nem sempre é sinal de benção, nem resultado de compromisso com Deus. Oprimir os pobres e satisfazer os desejos pecaminosos da mente e do corpo, desagradam profundamente a Deus. Que sejamos sensíveis a voz de Deus que nos fala através de coisas, por vezes, tão comuns, que tendemos a menosprezar. Deus trata o pecado de forma individual e também de forma coletiva: "Bendita é a nação, cujo Deus é o Senhor" Salmo 33:12. E uma nação abençoada se faz com pessoas que procuram obedecer a Deus.
Deus o abençoe.
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