Quem diria? O axé, ritmo para o qual a maioria dos evangélicos torce o nariz, foi o ritmo utilizado pelo vereador André Ferreira, filho do deputado Manoel Ferreira, para ser o mais votado em Recife/PE. A música de Lázaro, ex-integrante de bandas baianas, teve sua letra alterada para enaltecer o candidato. Coisas que acontecem em campanhas políticas. Porém, não custa fazer duas observações.
A primeira é que o eleitorado de André é assembleiano, público que mais torce o nariz para o axé. Aliás, parecia que o campo de Recife não se engajava em política, o que se confirmou totalmente diferente, uma vez que ele foi o mais votado. Quem visita as igrejas sabe desta realidade. Ou então o povo está ao revés das lideranças... Esta última tese ganha força se levarmos em conta que o ritmo é repugnado, o que não impediu a esmagadora votação.
Segundo, quando o povo quer, as lideranças inclusas, uma vez que não têm nenhuma influência neste sentido, qualquer ritmo é bem vindo. Não estou fazendo juízo de valor, inclusive já critiquei isso aqui. Para uma música de forró, as lideranças torcem o nariz, mas para o "Lá vem Faraó" de Shirley Carvalhaes, ficam indiferentes. É uma coisa complicada. Aliás, a política tem o "dom" de misturar universos totalmente contrários e subverter padrões idiossincráticos. Quem não viu candidatos, alguns até pastores, em cima de trios elétricos, ao som de músicas, digamos, pouco afeitas aos templos?
André Ferreira contabilizou 15.087 votos na capital pernambucana. Será que foi o axé? Pergunta o Blog do Jamildo, nesta manhã de segunda-feira. Eu respondo com uma exclamação: Aonde chegamos! Vamos conferir:
Publicado originalmente em Reflexões Sobre Quase Tudo!
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