Mãos
sujas pelas lamas da vida
sujas
como raízes da terra
mãos
sujas, mas não obscuras
mãos
do momento inicial
da
argila, que copiam o trabalho do dia sexto
da
criação divina.
Sujas
mas
de amassar as águas com o barro
mãos
que não se apertam
com
os cotovelos junto ao corpo
mãos
sem medo
da
água fria, não têm tempo a perder
porque
a noite elide cores e desafios
de
toda a bondade sobre a terra
Mãos
que não se escondem
porque
não é a vergonha a sujidade
há
outras mãos sujas, essas são
apesar
do cristal opaco que as calça.
O
que estas mãos sujas manifestam
fechadas
em concha
sobre
um rosto, a claridade !
11-02-2014
© João Tomaz Parreira
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